MAST recebe exposição sobre fundado do CNPq

Mostra 'Álvaro Alberto: O Homem que Sabia Demais' conta trajetória do almirante, engenheiro químico, físico e fundador do CNPq

Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) está reaberto à visitação presencial desde o início de fevereiro. O público pode conferir a exposição inédita Álvaro Alberto: O Homem que Sabia Demais. Esta mostra, que tem patrocínio da Eletrobras, ocupa o segundo andar do prédio sede, revelando a formação e a visão de um dos principais cientistas brasileiros, que transitou com maestria pela política internacional, defendeu e conquistou investimentos em ciência, educação e tecnologia para o desenvolvimento do país. A curadoria é de responsabilidade de Marcello Dantas e Liana Brazil.

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Para o diretor do MAST, Marcio Rangel, reabrir o museu com uma exposição que percorre o caminho da ciência no Brasil mostra a sinergia entre as pesquisas realizadas pelo almirante e a instituição. “A exposição Álvaro Alberto: O Homem que Sabia Demais está diretamente ligada aos nossos acervos museológicos, arquivísticos e bibliográficos, que têm vasto material abordando a temática da energia nuclear, uma área em que a participação do Álvaro Alberto foi fundamental para o desenvolvimento das pesquisas no Brasil. Assim, a exposição está diretamente vinculada aos interesses da pesquisa e da divulgação dos temas que o MAST trabalha”, explica.

Já o curador Marcello Dantas lembra o grande legado que Álvaro Alberto deixou para o Brasil. “Revisitar personagens recentes da nossa história é a única maneira de entendermos os caminhos que tomamos.  Álvaro Alberto era um articulado estrategista do Brasil inserido no contexto global, um cientista, pensador, político legitimamente engajado nos rumos de longo do país.  Seu pensamento à frente do seu tempo, sua visão transdisciplinar e sua atitude protagonizante o consagram como um dos grandes brasileiros do século XX. Um homem que sabia demais”, afirma.

Exposição Álvaro Alberto no MAST
Exposição Álvaro Alberto no MAST

Logo na entrada do Prédio Sede, sobressai uma peça rara: a Ultracentrífuga, equipamento com 2 toneladas e 2,80m de altura, usado nos idos de 1954 para enriquecimento de urânio. Dividido em três eixos – História e Biografia, Energia Nuclear e Legado Científico –  o percurso da mostra começa pela sala que reproduz o Gabinete de Trabalho do almirante Álvaro Alberto da Motta Silva (1889-1976), onde as estantes abrigam a linha do tempo que narra a história da ciência no país conectada à trajetória de vida. Neste ambiente o público também observa sobre uma antiga mesa uma tela com animações lineares de desenhos, textos e rascunhos, representando suas ideias e produção que vão “se desenhando” nos papéis. Ali também é possível conhecer outro lado do cientista: o que desenha caricaturas e escreve poemas. 

Em um ambiente com estética futurista, a segunda parte da exposição apresenta o desenvolvimento da energia nuclear no país, desde os anos 1920-30 até os dias atuais. Álvaro Alberto foi o principal personagem sobre o assunto no Brasil de então e esta sala busca mostrar seu lado visionário e pioneiro.  Para entender o contexto histórico, notícias de época e grafismos completam a narrativa sobre como funciona e como evoluiu a promessa da energia nuclear, com suas aplicações sociais e inovação. A cenografia tem vitrines com lentes de aumento sobre cinco objetos: maquetes de usina, átomo, bomba nuclear, amostras de urânio e yellow cake. As lentes fazem a analogia com histórias de detetive e ficção. No centro da sala, uma instalação com a maquete do Núcleo do Átomo de Urânio está exposta em um suporte de espelhos que cria uma ilusão de óptica com repetição infinita do átomo. Num canto da sala, uma tela exibe uma  animação de cartazes dos filmes de cinema – de Alfred Hitchcock e Orson Welles, por exemplo – que representam a promessa da energia nuclear durante e depois da 2a Guerra Mundial, ilustrando esse o contexto. 

O terceiro eixo foca nos institutos de pesquisa, suas disciplinas, ressaltando a visão de futuro e os desdobramentos da rede criada por Álvaro Alberto. Há 70 anos, ele foi o fundador do CNPq e de várias instituições que, até hoje, formulam e conduzem as políticas de ciência, tecnologia e inovação do Brasil. Neste setor, o destaque é o Elevador Interativo, em que o visitante entra para um passeio com a ‘presença’ de Álvaro Alberto, que faz as vezes de ascensorista e leva o público a se ‘elevar’, virtualmente, por diferentes espaços, envolvidos pelas diversas instituições da rede científica criada por ele. Por último o visitante explora a maquete do Submarino Álvaro Alberto, o primeiro com propulsão nuclear feito no país, que passará a integrar a Força Naval da Marinha do Brasil e tem previsão de lançamento em 2034, seguida de uma sala imersiva e interativa que simula o interior de um submarino, que permite o visitante ‘olhar’ virtualmente por um periscópio.

SERVIÇO

ÁLVARO ALBERTO: O HOMEM QUE SABIA DEMAIS

Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)

Rua General Bruce, 586 – São Cristóvão– Rio de Janeiro

www.mast.br


Visitação: até 1º de julho de 2022

Terça a Sexta-feira – das 10h às 18h

Sábado – das 14h às 18h

Domingo e Feriados – Museu fechado


Entrada Grátis