Cardiologista alerta para os cuidados com o coração durante o Inverno

Incidência de doenças cardíacas aumenta em 25% nesse período do ano

De acordo com o Dr. Ricardo Alonso, cardiologista da Clínica Felippe Mattoso e Labs a+, marcas do Grupo Fleury no Rio de Janeiro, as reações do organismo às baixas temperaturas levam à necessidade de algumas adaptações no sistema cardiovascular, que trabalha mais para manter seu equilíbrio.

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“O frio ativa os receptores nervosos da pele, desencadeando uma maior liberação de adrenalina, hormônio que contrai os vasos sanguíneos, aumenta a frequência cardíaca e, consequentemente, intensifica o consumo de oxigênio pelo músculo do coração. A redução das vias de circulação sanguínea, mesmo pequena, pode provocar as rupturas de placas de gordura nas artérias que irrigam o coração, e essa ocorrência leva à possibilidade de formação de coágulos – em razão de uma tentativa de equilíbrio natural feita pela concentração de proteínas e plaquetas presentes no sangue. Todo esse processo, por fim, pode entupir as artérias e provocar o infarto. Caso esse processo ocasione na obstrução das artérias car&o acute;tidas (que levam o sangue ao cérebro) há risco de acidente vascular cerebral (AVC)”, explica o médico.

Entre os sintomas mais comuns do infarto estão dor no peito, no braço esquerdo, pescoço, costas ou no estômago, falta de ar e náuseas, que também podem ser iniciadas após esforço ou situações de estresse e, até mesmo, em repouso. “A dor pode ser em aperto, opressão, queimação ou de difícil caracterização. O fato é que qualquer sintoma deve ser investigado”, ressalta.

Prevenção e exames 

Durante o Inverno, as pessoas tendem a se exercitar menos, ingerem poucos líquidos e consomem alimentos mais gordurosos e calóricos, hábitos que também aumentam os riscos de doenças do sistema cardiovascular. Outros fatores como a apneia do sono – que pode aumentar o risco de hipertensão arterial – também acabam tendo influência.   

O Dr. Ricardo Alonso alerta que, nesta ou em qualquer época do ano, as pessoas devem ter hábitos de vida saudáveis, usar roupas adequadas para cada estação – principalmente no Inverno para se manterem aquecidas – ingerir no mínimo dois litros de água por dia, evitar alimentos gordurosos e salgados, manter atividade física de leve a moderada intensidade, se possível, sob orientação de um profissional e realizar consultas médicas periódicas e exames cardiológicos preventivos capazes de identificar fatores de risco, como colesterol elevado, hipertensão arterial e diabetes.

Outro fator que demanda atenção em relação às enfermidades cardiovasculares nessa estação é a maior frequência de doenças respiratórias e a presença de infecções, que podem aumentar o risco de acometimento cardiovascular. “A vacina contra os vírus da gripe oferecida gratuitamente pelo SUS nos postos de saúde é uma opção de extrema importância na prevenção da gripe e consequentemente das doenças respiratórias e cardíacas, que podem vir associadas ao estado gripal. Então, todas as pessoas incluídas nos grupos prioritários, conforme divulgação do Ministério da Saúde, devem ser vacinadas. A imunização anual é necessária porque com o passar do tempo os níveis de anticorpos em nosso organismo diminuem. De 2020 para 2021 houve alteração de 50% das cepas do vírus da gripe (influenza)”, ressalta o médico.

Os exames indicados são desde os mais simples, como o eletrocardiograma e o teste de esforço ou ergométrico, até os de imagem, para a investigação necessária nas pessoas com dificuldade de realizar o exercício na esteira ou na bicicleta. Os exames de imagem, como o ecocardiograma de repouso, permitem avaliações estruturais e da função cardíaca, além de serem úteis para doenças congênitas. Ainda, pode-se investigar a presença de obstruções nas artérias do coração de forma não invasiva com a cintilografia miocárdica e angiotomografia computadorizada dasartérias coronárias para entender o grau de obstrução e a repercussão na irrigação do miocárdio (músculo do coração). A ressonância magnética cardíaca também é importante, visto que avalia a função cardíaca, alterações estruturais e viabilidade do músculo. 

“A medicina personalizada e preditiva contribui para a realização de exames e para o diagnóstico correto e precoce, sejam de rotina ou para acompanhamento, dependendo do risco estabelecido conforme as características e histórico do paciente”, conclui o cardiologista