O Ocidente precisa parar de bloquear as negociações entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro deste ano. A guerra tem sido horrenda, apesar de não ser comparável à terrível destruição imposta ao Iraque pelo bombardeio estadunidense (sob a doutrina de “choque e pavor”) em 2003

Vijay Prashad
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A Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro deste ano. A guerra tem sido horrenda, apesar de não ser comparável à terrível destruição imposta ao Iraque pelo bombardeio estadunidense (sob a doutrina de “choque e pavor”) em 2003. Na região bielorrussa de Gomel, que faz fronteira com a Ucrânia e a Rússia, diplomatas ucranianos se encontraram no dia 28 de fevereiro, com a perspectiva de iniciar negociações para um cessar-fogo. Essas negociações desmoronaram. Depois disso, no começo de março, os dois lados se encontraram de novo em Belarus para outras duas rodadas de negociações. No dia 10 de março, os ministros de Relações Exteriores da Ucrânia e da Rússia se encontraram na cidade de Antália, na Turquia, e finalmente, no final de março, altos oficiais da Ucrânia e Rússia se encontraram em Istambul, na Turquia, graças à iniciativa do presidente turco Recep Tayyip Erdoğan. No dia 29 de março, o ministro de Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavuşoğlu, declarou: “nós estamos contentes em ver que a reaproximação entre as partes cresceu em cada um dos estágios. Chegou-se ao consenso e à compreensão mútua em algumas questões”. Em abril, chegou-se a um entendimento sobre um acordo provisório entre a Rússia e a Ucrânia, de acordo com um artigo da Foreign Affairs.

No começo de abril, tropas russas iniciaram uma retirada do Oblast (região) de Chernigov, no norte da Ucrânia, o que significou a suspensão de operações militares russas ao redor de Kiev, capital do país. Os Estados Unidos e o Reino Unido afirmaram que essa retirada foi consequência de uma derrota militar, enquanto os russos disseram que era devida ao acordo provisório. É impossível afirmar, com os fatos disponíveis, qual dessas versões é a verdadeira.

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Este artigo foi produzido por Globetrotter e traduzido por Pedro Marin para a Revista Opera.

Vijay Prashad é um historiador, editor e jornalista indiano. Ele é um escritor parceiro e correspondente-chefe do Globetrotter. É editor-chefe da LeftWord Books e diretor do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social. Ele é membro sênior não-residente do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros da Universidade Renmin da China. Autor de mais de 20 livros, incluindo The Darker Nations e The Poorer Nations. Seus últimos livros são Struggle Makes Us Human: Learning from Movements for Socialism e (com Noam Chomsky) The Withdrawal: Iraq, Libya, Afghanistan, and the Fragility of U.S. Power

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