Cineastas árabes chegam ao Rio de Janeiro para 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, no CCBB

Em cartaz até 10 de abril no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro Filmes dirigidos exclusivamente por mulheres árabes, masterclass, mesa-redonda e sessões com a presença de diretoras Programação 100% gratuita

3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino apresenta, até o dia 10 de abril, 34 filmes, a maioria inédita no Brasil, de diversos formatos e gêneros – curtas, médias e longas-metragens de ficção e documentários – trazendo à tona a multiplicidade dessas cinematografias através de filmes realizados por mulheres em oito países: Egito, Líbano, Palestina, Sudão, Iêmen, Síria, Argélia e Marrocos. O festival é 100% gratuito e conta com patrocínio do Banco do Brasil.

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As convidadas internacionais da 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino chegam ao Brasil no início de abril. A libanesa Eliane Raheb ministra a masterclass “Construção de personagens no cinema documental”, no domingo, dia 2, e, no dia 6, quinta-feira, apresenta seu filme Miguel’s War, inédito no Brasil. 

Miguel’s War ganhou o prêmio Teddy de Melhor Longa-Metragem e o segundo lugar no Prêmio do Público da mostra Panorama no Festival de Berlin 2021; o Grande Prêmio do Júri no NewFEST – LGBTQ+ Film and Media, de Nova York; o Grande Prêmio de Documentário no Festival de Cinema LGBTQI&+ de Paris, entre outros. Usando animação, dramatização e imagens de arquivo, o filme conta a história de Miguel, um homem gay que confronta os fantasmas de seu passado. Depois de fugir da guerra e da repressão há 37 anos, Miguel retorna ao Líbano, onde revê desejos ocultos, amores não correspondidos e sentimentos de culpa atormentadores.

As inscrições para a masterclass devem ser feitas até o dia 31 de março, através do https://forms.gle/UeyD3GH1yfcRVk8D9  ou www.instagram.com/cinema_arabefeminino.

A síria Soudade Kaadan apresenta seu último filme – Nezouh – no dia 7 de abril (sexta). O drama apresenta a história de Zeina, de 14 anos, e sua família, que são os últimos a permanecer em sua cidade natal sitiada, Damasco, na Síria. O longa foi vencedor dos Prêmios do Público/Armani Beauty e Lanterna Mágica, no Festival de Veneza 2022, e do Prêmio Direitos Humanosda Anistia Internacional, no Med Film Festival 2022, em Roma.

A 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino promove, ainda, no dia 1º de abril, das 14h às 16h, a mesa-redonda “Transbordamentos e ancoramentos: mulheres do Oriente Médio em movimento”, com Daniele Regina Abilas, Mirian Alves e Ana Raietparvar, do Núcleo de Estudos do Oriente Médio da Universidade Federal Fluminense.

A mostra apresenta longas-metragens inéditos como Foragers”, da palestina  Jumana Manna, que traz os dramas em torno da prática de busca e coleta de plantas silvestres comestíveis na Palestina/Israel, com humor sarcástico e um ritmo meditativo; Purple Sea”,  de  Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed, documentário que traz o percurso de bote da Turquia para a Grécia realizado pela diretora; “The Zerda and the Songs of Forgetting” “La Nouba des Femmes du Mont-Chenoua”ambos os filmes da importante escritora argelina Assia Djebar, que faleceu em 2015; e “The hour of liberation has arrived”, da diretora libanesa Heiny Srour, considerado o primeiro longa-metragem de uma mulher árabe a ser selecionado para o Festival de Cannes, em cópia restaurada deste filme.

Entre os 21 curtas exibidos, 14 são estreias no Brasil, como “As If No Misfortune Had Occurred in the Night, realizado pela renomada diretora palestina Larissa Sansour; a trilogia “Life on the Caps”, realizado pela artista marroquina Meriem Bennani; e o filme “The Window”, da libanesa Sarah Kaskas, são outros dos vários destaques da mostra. 

A vasta programação inclui, ainda, homenagens às realizadoras Meriem Bennani (artista visual marroquina que trabalha com animação e arte contemporânea), Azza El Hassan (diretora palestina que, além da realização, fundou o projeto de restauração fílmica, curadoria e produção chamado The Void Project) e Basma Alsharif (artista visual e diretora de origem palestina).

Da marroquina Meriem Bennani, a mostra exibe a sua trilogia “Life on the Caps” e seu curta-metragem “2 Lizards”todos inéditos no Brasil.  Da palestina Basma AlSharif, três curtas-metragens: “Home Movies Gaza”, “A field guide to the ferns” e “We began by measuring distance”.  Adiretora palestina Azza El Hassan é representada por seus  dois longas-metragens: “News Time” e “Kings & Extras”.  

A curadoria desta terceira edição é das brasileiras Analu BambirraCarol Almeida e da egípcia Alia Ayman.  “Em sua terceira edição, a mostra reafirma seu interesse em apresentar um recorte da produção cinematográfica árabe. Nesta edição, além de percebermos a interseção entre o cinema e as artes visuais (através de diretoras como Meriem Bennani, Basma Alsharif, Larissa Sansour e Jumana Mana), reforçamos o quão diverso e rico é o cinema árabe, indo de narrativas tradicionais até novas formas e experimentos cinematográficos. Os filmes que apresentamos representam imagens ‘frescas’, imagens às quais acreditamos que brasileiros deveriam ter mais acesso”, dizem as curadoras Analu Bambirra, Carol Almeida e Alia Ayman.

Depois do Rio de Janeiro, a 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, segue para o CCBB Brasília (28/03 a 16/04/2023) e para o CCBB São Paulo (22/04 a 14/05/2023). O projeto é uma realização da Partisane Filmes, com patrocínio do Banco do Brasil e apoio da Arsenal – Institut für Film und Videokunst.

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