O Diabo Na Rua, No Meio do Redemunho estreia no CCJF

Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, adaptado para o teatro.

Sucesso nos palcos do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Minas Gerais, com o espetáculo “RIOBALDO”, a Trilogia Grande Sertão: Veredas, com roteiro e atuação de Gilson de Barros e direção de Amir Haddad, estreia “O DIABO NA RUA, NO MEIO DO REDEMUNHO!” no Centro Cultural Justiça Federal.

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O livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, publicado em 1956, revolucionou a literatura brasileira. Partindo da observação da linguagem popular, o escritor retratou com absoluta inventividade o sertão mineiro. Rosa dispôs da riqueza e ousadia da língua para se aprofundar reflexivamente sobre a alma humana, atribuindo ao sertão uma dimensão universal, discutindo aspectos metafísicos do homem em toda sua ambiguidade.

O monólogo O Diabo Na Rua, No Meio do Redemunho, é um recorte do livro, feito pelo ator e pesquisador da obra de Guimarães Rosa, Gilson de Barros, que também interpreta o personagem, sob a direção de Amir Haddad.

O espetáculo integra a Trilogia Grande Sertão: Veredas, estudos do ator e diretor, sobre a obra Roseana. A trilogia é composta pelas peças Riobaldo (que teve estreia em 2020, e ja passou por Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Brasilia, fazendo capitais e muitas cidades do interiores desses estados, e segue circulação), O Diabo Na Rua, No Meio do Redemunho (estreia em abril de 2023), e O Julgamento de Zé Bebelo (com estreia prevista para o ano de 2024).

O monólogo O Diabo Na Rua, No Meio do Redemunho, é um recorte do livro Grande Sertão: Veredas. Apresenta o personagem Riobaldo, um ex-jagunço, hoje um velho fazendeiro, em conversa com um interlocutor (o público). Nesse encontro, cheio de filosofia, ele conta passagens sua vida e reflete sobre a dialética: bem e  mal. 

“O senhor acredita, acha fio de verdade nessa parlanda, de com o demônio se poder tratar pacto? Vender sua própria alma?”.

Na juventude, por amor pelo amigo Diadorim, e para conseguir coragem e força, fez o que julga ser um pacto Fáustico. Durante a narrativa, o personagem se vale de várias estórias populares, para questionar: “o diabo existe?”.

Ao final, conclui, sem certeza: “Nonada! O diabo não existe, arrenego! Existe é homem humano. Travessia!”.

AMIR HADDAD – @amirhaddadreal

Li as duas primeiras páginas do ‘Grande Sertão’ várias vezes até perceber que aquela ‘língua’ tinha tudo a ver comigo. O resto da narrativa devorei em segundos, segundo minhas sensações. Aprendi a ler, aprendi a língua, lendo este romance portentoso no original. Entendi! Não era uma tradução, era um livro brasileiro, escrito na ‘língua’ brasileira.

Até hoje me orgulho de ser conterrâneo e contemporâneo de Guimarães Rosa. E tenho certeza de que qualquer leitor estrangeiro que ler o livro traduzido jamais lerá o que eu li. Assim como jamais saberei o que lê um inglês quando lê Shakespeare. Os realmente grandes são intraduzíveis.

GILSON DE BARROS – @gilsondebarrosator

Há alguns anos venho estudando a obra de Guimarães Rosa, com ênfase no livro Grande Sertão: Veredas. Interpretar Riobaldo tem sido meu trabalho e minha dedicação. A cada releitura do livro, cada temporada da peça, a cada curso que participo, vou aumentando a compreensão da obra.

O objetivo é traduzir a prosa Roseana para a linguagem do teatro. Pretensioso, eu sei. Mas, não imagino outra forma de enfrentar essa obra-prima, repleta de brasilidade. Por fim, registro a honra de estar no palco com o suporte de João Guimarães Rosa, Amir Haddad, José Dias, Aurélio de Simoni e todos os colegas envolvidos nessa montagem. Evoé!

SOBRE AMIR HADDAD

Com José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, criou em 1958 o Teatro Oficina, ainda em atividade com o nome de Uzyna Uzona. Nesse grupo, Amir dirigiu Cândida, de George Bernard Shaw; atuou em A Ponte, de Carlos Queiroz Telles, e em Vento Forte para Papagaio Subir (1958), de José Celso Martinez Corrêa. Em 1959, dirigiu A Incubadeira e ganhou o prêmio de melhor direção.

Deixou o Oficina em 1960. Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro para assumir a direção do Teatro da Universidade Católica do Rio. Fundou, em 1980, os grupos A Comunidade (vencedor do Prêmio Molière pelo espetáculo A Construção) e o grupo Tá na Rua. Paralelamente, Amir também realizou projetos como O Mercador de Veneza, de Shakespeare (com Maria Padilha e Pedro Paulo Rangel), e shows de Ney Matogrosso e Beto Guedes.

Ainda hoje, com o microfone na mão, Amir coordena sua trupe de atores pelas ruas e praças o Grupo Tá Na Rua. Tem dirigido e/ou supervisionado peças com grandes nomes da cena, como Clarice Niskier, Andrea Beltrão, Pedro Cardoso, Maitê Proença, entre outros.

SOBRE GILSON DE BARROS

Gilson é operário do teatro, é ator, gestor, dramaturgo e apaixonado pelo que faz. Hoje, aos 62 do segundo tempo, pode dedicar todas as suas horas ao ofício, seja no palco ou fora dele. Precisou de uma pausa estratégica para conseguir criar suas três filhas que já são adultas, neste período, dividiu seu tempo teatral com a tecnologia.

Estudou na UNIRIO, Bacharelado em Artes Cênicas. Trabalhou com diretores expoentes, como Augusto Boal, Luiz Mendonça, Mário de Oliveira, Domingos Oliveira e o próprio Amir Haddad com o qual estabeleceu parceria artística na Trilogia Grande Sertão: Veredas.

Participou como ator de mais de 25 peças. Algumas: Bolo de Carne, de Pedro Emanuel e direção de Yuri Cruschevsk; Murro em Ponta de Faca, texto e direção de Augusto Boal; Ópera Turandot, com direção de Amir Haddad; Os Melhores Anos de Nossas Vidas, texto e direção de Domingos de Oliveira; Da Lapinha ao Pastoril, texto e direção de Luís Mendonça; A Tempestade, de Shakspeare, direção de Paulo Reis e O Boca do Inferno, texto de Adailton Medeiros e direção de Licurgo. Ganhou ainda o prêmio de Melhor Ator no Festival Inter-regional de Teatro do Rio – 1982 e prêmio de Melhor Ator do Festival de Teatro – SATED/RJ – 1980.

FICHA TÉCNICA

O Diabo Na Rua, No Meio do Redemunho

(recorte do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa)

Adaptação e atuação: Gilson de Barros

Direção: Amir Haddad

Direção de Arte a Cenário: José Dias

Figurinos: Ansa Luiza

Iluminação: Aurélio de Simoni

Programação visual: Guilherme Rocha

Fotos e vídeos: Marco Sobral

Técnicos: Mikey Vieira

Assessoria de Imprensa RJ –  Julio Luz – 021 98127-9366

Produção executiva: Mikey Vieira

Produção: Barros Produções Artísticas Ltda.

SERVIÇO:

O Diabo Na Rua, No Meio do Redemunho

Local: Centro Cultural da Justiça Federal – (Avenida Rio Branco, 241, Centro).

Telefone: 3261-2565

Temporada: 01 a 16 de abril de 2023.

Dias: Sábado e domingo, às 16h.

Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia entrada)

Compras pelo site: https://www.sympla.com.br/produtor/riobaldoteatro

Clacificação indicativa: 16 anos

Capacidade: 141 lugares