61,1% das mulheres pretas perderam seus empregos no último ano, mostra pesquisa

Levantamento do Infojobs também revelou que quando empregadas, as mulheres precisam lidar com dificuldade para crescer profissionalmente e machismo

As mulheres enfrentam diversas dificuldades no mercado de trabalho, a principal delas, no entanto, é o desemprego. Um levantamento exclusivo do Infojobs mostrou que 52,1%  das mulheres foram desligadas de suas atividades no último ano. Proporcionalmente a cada grupo, 61,1% das mulheres pretas perderam seus empregos, seguido por 57,1% das mulheres pardas e 47,6% das mulheres brancas. 

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Em uma pesquisa complementar sobre empregabilidade para mulheres pretas, 86% das respondentes acreditam que, em relação a pessoas brancas, as chances profissionais são desiguais. Para 59,1%, a raça interfere nas chances de conseguir um emprego. 

Além da questão racial, o gênero também é um ponto delicado: 27,7% das respondentes acreditam que conquistar uma oportunidade é o maior desafio para mulheres, já 26,3% apontam a obtenção de reconhecimento e crescimento profissional, quando empregadas. O machismo presente na cultura das empresas também interfere no dia a dia de 20,7%. 

“Em 2022 a mesma pergunta foi feita, e os mesmo pontos apareceram em destaque. Isso mostra que é um problema sério e recorrente, que precisa ser trabalhado urgentemente”, pontuou Ana Paula Prado, CEO do Infojobs. 

A mesma pesquisa mostrou que 88,5% das participantes acreditam que homens e mulheres não possuem as mesmas oportunidades. E, na percepção de 88,4%, as mulheres enfrentam mais desafios para se desenvolver quando comparado com outros grupos. 

Por fim, outro ponto alarmante foi que 69,7% das entrevistadas afirmam que já passaram por uma situação no mercado onde a sua credibilidade foi questionada, apenas por ser mulher. 

“As respostas de ambas as pesquisas são alarmantes, e colocar em  evidência é fundamental para combatermos preconceitos de raça e gênero. O RH das empresas precisa investir em capacitação constante para políticas mais igualitárias e promover ações no dia a dia para erradicar comportamentos racistas e machistas. Nos processos seletivos, o foco deve ser nas habilidades do candidato, sem perguntas invasivas a respeito de assuntos sem relação com a vida profissional”, conclui Ana Paula.