Israel decidiu aplicar seu mecanismo ilegal de detenção administrativa – sem julgamento ou sequer acusação – contra imigrantes africanos acusados de insurreição pela polícia, afirmou neste domingo (3) a agência de notícias Maan. O governo decidiu ainda cancelar licenças de trabalho a estrangeiros residentes no país. Os ministros Yariv Levin (Justiça) e Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) sugeriram ainda que imigrantes africanos radicados no sul de Tel Aviv sejam transferidos à força a bairros periféricos no norte da cidade. A medida serve de punição a protestos de imigrantes da Eritreia por melhores condições de vida no Estado de apartheid. Um comitê ministerial se encontrou para discutir os incidentes e aprovou a captura sob detenção administrativa contra “suspeitos”. A detenção administrativa é um instrumento que viola os direitos à defesa dos prisioneiros em Israel, ao omitir supostas evidências que possibilitem a prisão. Palestinos sob ocupação militar são alvos generalizados de tais práticas. “Vamos levá-los ao norte de Tel Aviv”, declarou Ben-Gvir à televisão. “É possível aprovar uma lei que limite seu lugar de residência?”, insistiu o ministro, ao sugerir bantustões. LEIA: Manifestante etíope perseguido pela polícia pula de um ponte em Israel Respondeu Levin: “Vamos aprovar essa lei! Se isso acontecesse perto da casa de algumas pessoas, seria diferente … E que tal deportação? Vamos contestar a determinação da Suprema Corte; eles estão desligados da realidade, vivem onde vivem, não têm interesse”. O premiê israelense Benjamin Netanyahu disse que a migração de países africanos representa “uma ameaça real ao caráter de Israel como Estado judaico”. Netanyahu lamentou que dezenas de milhares de africanos permaneçam no país, ao acusar a Suprema Corte de obstruir “sugestões” de sucessivos governos para incentivar sua saída. Sobre os protestos, declarou o premiê: “Queremos ações firmes contra os agitadores, incluindo a deportação imediata de todos os envolvidos”. Ao menos 170 pessoas ficaram feridas, incluindo policiais, nas horas de confronto que tomaram o sul de Tel Aviv no último sábado (2). Quarenta pessoas foram detidas. Confrontos eclodiram após diplomatas eritreus realizarem um evento comemorando os 30 anos de governo do presidente Isaias Afwerki em Tel Aviv. Opositores de Afwerki saíram às ruas em protesto. LEIA: Agosto registra três palestinos mortos e 132 detidos em Jerusalém
Buscando Paz
Kamala Harris defende cessar-fogo entre Israel e Gaza e critica falsas alegações contra imigrantes haitianos
Candidata democrata à presidência dos EUA fala sobre conflitos no Oriente Médio e políticas migratórias durante evento da National Association of Black Journalists
Na mira
Elon Musk sob investigação após postagens polêmicas sobre Donald Trump e violência política
Bilionário deletou postagem que poderia ser interpretada como incitação à violência contra Joe Biden e Kamala Harris
Oriente Médio
Explosões de pagers no Líbano deixam nove mortos e milhares de feridos
Incidente em áreas controladas pelo Hezbollah levanta suspeitas de envolvimento de Israel, com mais de 2.700 feridos em meio ao caos
Brasil Soberano
Intelectuais globais criticam Elon Musk e defendem soberania digital do Brasil
Carta aberta assinada por mais de 50 acadêmicos destaca o enfrentamento entre o Brasil e as big techs, com foco em Elon Musk e a plataforma X
Aluno de 12 anos esfaqueia colegas em escola e menina está em estado grave
Cinco alunos foram feridos com mais violência, mas outros também se machucaram no ataque
Fome
Zimbábue autoriza abate de 200 elefantes para enfrentar seca e insegurança alimentar
País segue exemplo da Namíbia, que também abateu animais selvagens para suprir a falta de alimentos causada por fenômenos climáticos.