Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro custeou suas despesas em viagem aos Estados Unidos com o dinheiro obtido com a venda ilegal de joias, segundo a Polícia Federal. Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a corporação aponta que os valores foram enviados ao patrimônio pessoal do então mandatário.
O que você precisa saber
- Uso de joias: PF acusa Bolsonaro de usar dinheiro de joias para custear viagem.
- Venda ilegal: Joias foram vendidas de forma ilegal e valores ocultados.
- Gastos nos EUA: Bolsonaro permaneceu cerca de três meses nos EUA, sem movimentar suas contas bancárias.
Venda ilegal das joias
O relatório da Polícia Federal afirma que os valores obtidos das vendas das joias eram convertidos em dinheiro e ingressavam no patrimônio pessoal de Jair Bolsonaro. Isso ocorria por meio de intermediários e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
Financiamento da viagem
Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no fim de dezembro de 2022 e ficou no país por cerca de três meses. A Polícia Federal aponta que os gastos nesse período podem ter sido custeados com o valor obtido nas negociações ilegais das joias e cita “atos de lavagem”.
Indícios de lavagem de dinheiro
Segundo o relatório, os proventos obtidos pela venda ilícita das joias, desviadas do acervo público brasileiro, retornaram ao patrimônio de Bolsonaro em espécie, sendo utilizados para custear suas despesas em dólar nos Estados Unidos.
Montante das joias negociadas
A Polícia Federal avalia que, no total, as joias negociadas somam R$ 6,8 milhões, mas o ex-presidente pode não ter ficado com o valor integral. A investigação indica que Bolsonaro não movimentou suas contas bancárias no período, sugerindo que seus gastos saíram de outras fontes.
“A análise contextualizada das movimentações financeiras de Jair Messias Bolsonaro no Brasil e nos Estados Unidos demonstra que o ex-presidente, possivelmente, não utilizou recursos financeiros depositados em suas contas bancárias no Banco do Brasil e no BB América para custear seus gastos durante sua estadia nos Estados Unidos”, diz o relatório.
Enriquecimento ilícito
As joias foram desviadas com o objetivo de enriquecimento ilícito do ex-presidente, conforme indicam os investigadores. As joias foram submetidas a procedimento pericial para aferir seu valor mercadológico.