Rio de Janeiro – Jorge Fernandes, chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PL), afirmou que a família do parlamentar “sempre sacava” os salários de suas contas bancárias integralmente. A declaração foi dada em depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). A informação é da coluna de Juliana Dal Piva no ICL Notícias.
O que você precisa saber
- Prática comum: Família Bolsonaro saca salários em espécie, segundo chefe de gabinete.
- Depoimento ao MP-RJ: Jorge Fernandes deu a declaração em oitiva realizada em 26 de outubro de 2023.
- Investigação de rachadinha: Fernandes é investigado como suposto operador do esquema de rachadinha de Carlos Bolsonaro.
Declaração de Jorge Fernandes
Em seu depoimento ao MP-RJ, Jorge Fernandes afirmou: “Carlos Bolsonaro sempre sacava seus proventos em espécie, porque toda a família assim o faz”. A oitiva foi realizada meses depois de um relatório do órgão mostrar que o assessor pagava contas pessoais do vereador.
Pagamentos pessoais
Segundo a investigação do MP, Fernandes fazia os pagamentos de faturas de cartão de crédito, plano de saúde, impostos e multas de trânsito de Carlos. Ao ser questionado sobre o tema, ele se atrapalhou nas respostas, afirmando que não se lembrava de ter pago boletos em nome de outra pessoa que não fosse de sua família.
Operador do esquema de rachadinha
O chefe do gabinete de Carlos Bolsonaro é investigado como suposto operador do esquema de rachadinha do vereador. Dados obtidos com quebras de sigilo mostram que Fernandes recebeu mais de R$ 2 milhões em sua conta de seis outros auxiliares do parlamentar na Câmara Municipal.
Controle de ponto e relação com Jair Bolsonaro
Fernandes alegou ao MP que, como chefe de gabinete, não tinha responsabilidade de controlar o ponto dos funcionários e que essa fiscalização seria feita pelo próprio gabinete. Ele também informou que seu cunhado trabalhava com o ex-presidente e ex-deputado federal Jair Bolsonaro.
Esquema mais amplo
A suspeita do MP é de que Carlos entregasse os valores para o pai, em um esquema mais amplo que também incluía seu irmão mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).