Tensão diplomática

Brasil evita invasão de embaixada argentina em Caracas

Crise entre Venezuela e Argentina Aumenta Tensão na América do Sul

Celso Amorim. Foto: Ricardo Stuckert
Celso Amorim. Foto: Ricardo Stuckert

Caracas – A crise diplomática entre Venezuela e Argentina se intensificou após a declaração antecipada de vitória de Nicolás Maduro pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. A troca de insultos entre os presidentes dos dois países culminou em protestos nas ruas de Caracas, com manifestantes chavistas ameaçando invadir a embaixada argentina. A intervenção do governo brasileiro, através do embaixador Celso Amorim, foi crucial para evitar um confronto físico.

Resumo da Notícia

  • Conflito Diplomático: Tensão entre Venezuela e Argentina após declaração de vitória de Maduro.
  • Intervenção Brasileira: Celso Amorim intercede para evitar invasão da embaixada argentina.
  • Histórico de Conflitos: Tensão aumentada após eleição de Javier Milei na Argentina.
  • Expulsão de Diplomatas: Venezuela expulsa diplomatas de sete países latino-americanos.
  • Mediação do Brasil: Pressão internacional para que o Brasil mantenha posição de mediador.

Crise Diplomática entre Venezuela e Argentina

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A crise diplomática entre Venezuela e Argentina se agravou após o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarar Nicolás Maduro vencedor das eleições, mesmo antes da conclusão da apuração dos votos. A decisão gerou uma série de trocas de insultos entre os presidentes dos dois países, resultando em protestos nas ruas de Caracas. Manifestantes chavistas chegaram a ameaçar invadir a embaixada argentina.


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Intervenção Brasileira

O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula (PT), estava em Caracas durante as eleições e foi informado sobre os protestos na embaixada argentina. Chavistas ameaçavam invadir o local, o que representaria uma escalada grave na crise diplomática. Amorim, que mantém diálogos tanto com o governo Maduro quanto com a oposição, intercedeu junto ao governo venezuelano para controlar os manifestantes, demonstrando a influência do governo brasileiro sobre as ruas de Caracas.

Histórico de Conflitos

As tensões entre Argentina e Venezuela aumentaram após a eleição do direitista Javier Milei, que critica o governo de Maduro, chamando-o de “ditadura comunista”. No entanto, os problemas diplomáticos começaram ainda no governo de Alberto Fernández, quando um avião venezuelano foi retido em Buenos Aires a pedido dos Estados Unidos. O incidente envolveu um Boeing 747-300, acusado de estar ligado ao terrorismo, e agravou a crise:

  • O avião ficou retido por dois anos em Buenos Aires.
  • Em fevereiro de 2024, o governo Milei enviou o Boeing para os EUA.
  • Em resposta, Maduro acusou Milei de roubo e bloqueou o tráfego aéreo argentino sobre a Venezuela.

Escalada da Crise

Após a recente eleição, na qual não houve apresentação dos boletins de urna, a troca de ofensas entre Milei e Maduro intensificou-se:

  • Javier Milei tuitou: “Fora, ditador Maduro”.
  • Maduro respondeu chamando Milei de “sádico” e “covarde”.

A crise diplomática se agravou com a expulsão de diplomatas de sete países latino-americanos que contestaram a reeleição de Maduro, incluindo Argentina, Uruguai, Chile, Equador, República Dominicana, Costa Rica e Panamá. Com a Venezuela já sem relações diplomáticas com os EUA, restaram apenas Brasil, Colômbia e México como mediadores da crise.

Papel do Brasil na Mediação

O governo brasileiro, pressionado por EUA e países europeus, como a Noruega, foi instado a manter sua posição de mediador, mantendo canais abertos com ambos os lados venezuelanos. No entanto, o presidente Lula enfrenta críticas internas por sua postura aparentemente leniente em relação ao governo Maduro. A decisão do Partido dos Trabalhadores de reconhecer a vitória de Maduro aumentou a percepção de conivência, apesar da separação entre partido e governo.

Consequências Potenciais

Isolado e pressionado, Nicolás Maduro pode adotar ações imprevisíveis, como invadir a Guiana para reivindicar o território petrolífero de Essequibo ou intensificar a repressão interna, possivelmente desencadeando uma guerra civil. Em qualquer dos cenários, o Brasil enfrentaria conflitos armados em suas fronteiras e uma crise de refugiados, especialmente em estados fronteiriços como Roraima, que já abriga cerca de meio milhão de venezuelanos. A crise imigratória poderia se espalhar pelo país, situação que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderia usar a seu favor politicamente.

Perguntas Frequentes sobre a Crise Diplomática

Qual é a origem da crise entre Venezuela e Argentina?

A crise se intensificou após o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarar vitória para Nicolás Maduro antes da conclusão da apuração dos votos. A troca de insultos entre os presidentes dos dois países agravou a situação.

Como o Brasil está mediando a crise?

O embaixador Celso Amorim intercedeu junto ao governo venezuelano para evitar a invasão da embaixada argentina em Caracas. O Brasil mantém diálogos com ambos os lados e é pressionado por EUA e países europeus para atuar como mediador.

Quais foram os incidentes que aumentaram a tensão?

A eleição de Javier Milei na Argentina, suas críticas ao governo Maduro e a retenção de um avião venezuelano em Buenos Aires a pedido dos EUA contribuíram para o aumento da tensão entre os dois países.

Quais são as possíveis consequências da crise?

Maduro pode adotar ações imprevisíveis, como invadir a Guiana ou intensificar a repressão interna, o que poderia desencadear uma guerra civil. O Brasil enfrentaria conflitos armados em suas fronteiras e uma crise de refugiados, especialmente em Roraima.