Descumprimento judicial

Moraes exige explicações de Bolsonaro e Valdemar sobre presença em convenção

Os dois são investigados no processo que apura suposta tentativa de golpe, e estão proibidos de manter contato

Moraes pede explicação a Bolsonaro
Foto: Reprodução / TV

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um prazo de 48 horas para que Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, esclareçam possíveis violações da proibição de contato entre eles. A decisão, divulgada nesta sexta-feira (9), faz parte da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil.

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De acordo com a decisão de Moraes, reportagens indicam que, apesar de estarem cientes da proibição de comunicação, Bolsonaro e Valdemar compareceram juntos à convenção do MDB no último sábado (3), evento que oficializou a candidatura de Ricardo Nunes à reeleição para a Prefeitura de São Paulo.


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A convenção ocorreu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e contou com a presença de diversas lideranças políticas.

A defesa de Bolsonaro informou que ainda não foi formalmente notificada sobre a ordem do ministro.

Investigação da Polícia Federal

A investigação da Polícia Federal, que teve início em fevereiro deste ano, apura a tentativa de Bolsonaro e de seus aliados de invalidar o resultado das eleições de 2022. O relatório da PF menciona que o PL teria sido instrumentalizado para financiar esforços de contestação do resultado eleitoral.

Costa Neto, presidente do PL, é acusado de ser o principal responsável pelos questionamentos da legenda sobre a legitimidade do pleito.

Segundo o material divulgado pela PF, o grupo investigado se organizou em núcleos para espalhar alegações de fraude nas eleições, com o objetivo de preparar o terreno para uma intervenção militar e legitimar um golpe, caracterizado como uma “milícia digital”.

Revogação da Prisão

Além disso, nesta sexta-feira (09), Moraes revogou a prisão preventiva de Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro. A decisão ocorreu após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), que indicou a permanência de Martins no território nacional e a ausência de provas suficientes para justificar sua prisão.

Martins estava detido no Complexo Médico Penal de Pinhais, no Paraná, desde 8 de fevereiro, data em que a operação “Tempus Veritatis” foi deflagrada pela PF.