Então Deus Matou a Pedido Dela?

Vídeo da Irmã Margarida: “Eu orei e a macumbeira morreu.”

Testemunho de "irmã Margarida" em igreja celebra morte de mulher por ser praticante de outra fé.

"eu orei e a macumbeira morreu". Créditos: reprodução / "X" @pastor_esquerda
"eu orei e a macumbeira morreu". Créditos: reprodução / "X" @pastor_esquerda

Rio de Janeiro – Um vídeo viral nas redes sociais gerou revolta ao mostrar uma mulher, identificada como “irmã Margarida”, dando um testemunho em uma igreja sobre a morte de uma jovem praticante de religiões de matriz africana, chamada de “macumbeira”. No relato, Margarida afirma que a morte da jovem foi uma “bênção” alcançada por meio de orações, o que chocou internautas e levantou discussões sobre intolerância religiosa.

Resumo da Notícia

  • Intolerância religiosa: Vídeo mostra testemunho em que uma mulher celebra a morte de uma jovem praticante de religiões de matriz africana, atribuindo o ocorrido a uma “bênção” divina.
  • Repercussão negativa: Internautas e líderes religiosos se manifestaram contra o conteúdo do vídeo, que foi amplamente criticado por promover intolerância e preconceito.
  • Aumento da intolerância religiosa no Brasil: Dados do Disque 100 indicam um crescimento de 80% nos casos de intolerância religiosa no país em 2024, com destaque para as religiões de matriz africana como principais alvos.

O Testemunho de “Irmã Margarida”

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No vídeo, a “irmã Margarida” relata que orou fervorosamente para que seu filho, que não é religioso, se afastasse de uma jovem descrita como “macumbeira”. Segundo ela, a jovem teria morrido como resultado dessas orações, o que ela celebra como uma grande “bênção”. O relato é recebido com aplausos e gritos de “amém” pelos presentes na igreja.


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Reações e Contexto

O vídeo gerou intensa revolta nas redes sociais, com muitas pessoas condenando o que consideram uma clara demonstração de intolerância religiosa e preconceito. O pastor Zé Barbosa Junior, conhecido por sua atuação em movimentos contra o racismo religioso, afirmou que esse tipo de relato “legitima a violência contra o povo de terreiro e as religiões de matriz africana”. Ele destacou que a celebração da morte de alguém por sua fé é um exemplo extremo do racismo religioso presente na sociedade brasileira.

Aumento dos Casos de Intolerância Religiosa

Dados recentes divulgados pelo Disque 100 revelam um aumento preocupante nos casos de intolerância religiosa no Brasil. Nos primeiros seis meses de 2024, foram registrados 1.227 casos, um crescimento de 80% em comparação ao mesmo período de 2023. As religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, continuam sendo as mais atacadas, com as vítimas geralmente sendo mulheres e pessoas negras.

Perguntas Frequentes sobre Intolerância Religiosa

O que é intolerância religiosa?
Intolerância religiosa é o desrespeito e a discriminação contra pessoas por causa de sua fé ou crenças. Isso pode incluir ataques físicos, destruição de templos e agressões verbais.

Como denunciar casos de intolerância religiosa?
Denúncias podem ser feitas pelo Disque 100, que é o principal canal de denúncias de violações de direitos humanos no Brasil.

Quais são as religiões mais afetadas pela intolerância no Brasil?
As religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, são as mais afetadas pela intolerância religiosa no país.