Fechamento de campos de petróleo na Líbia intensifica crise

Refinaria de petróleo em Ras Lanuf, no norte da Líbia [AFP via Getty Images]

Trípoli – O fechamento de campos de petróleo na Líbia continua, com o campo de Sarir quase paralisando sua produção nesta quarta-feira (28). Segundo engenheiros locais, a crise reflete conflitos políticos pelo controle do Banco Central e dos recursos petrolíferos do país.

O que aconteceu?

Campos fechados: Produção de petróleo em Sarir e outros campos reduzida drasticamente.
Causa da crise: Disputas políticas pelo controle do Banco Central da Líbia.
Impacto global: Redução da produção pode afetar o mercado internacional de petróleo.

Fechamento de Campos

O campo de Sarir, que antes produzia cerca de 209 mil barris por dia (bpd), reduziu quase totalmente sua produção. Outros campos importantes, como Sharara, El Feel, Amal, Nafoora e Abu Attifel, também estão com exportações interrompidas ou drasticamente reduzidas devido a situações de “força maior”. No mês de julho, a Líbia, membro da OPEP, produzia aproximadamente 1,18 milhões de bpd. A suspensão em série pode, portanto, afetar o mercado global de petróleo.

Disputas Políticas

A decisão de fechar os campos de petróleo é uma resposta à demissão de Sadiq al-Kabir, presidente do Banco Central, por decisão do Conselho Presidencial em Trípoli. Facções rivais, em resposta, voltaram a mobilizar suas forças. O premiê Abdulhamid al-Dbeibah, que assumiu o cargo em um processo mediado pela ONU, criticou as paralisações, chamando-as de “pretextos frágeis”.

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Envolvimento Internacional

Na terça-feira, o general Michael Langley, chefe do Comando dos Estados Unidos na África, e o encarregado de negócios Jeremy Berndt se encontraram com o marechal líbio Khalifa Haftar, que controla milícias no leste e sul do país. A embaixada americana em Trípoli incentivou o diálogo entre as partes, reafirmando o apoio à missão da ONU na Líbia.

Contexto Histórico

Desde a queda do ditador Muammar Gaddafi em 2011, a Líbia vive um cenário de instabilidade. O país se dividiu entre grupos rivais a partir de 2014, atraindo intervenções de potências como Rússia e Turquia. Embora combates tenham diminuído após um acordo em 2020, a crise política persiste, com disputas pelo controle dos recursos do país.