Ubaitaba é uma pequena cidade de 17 mil habitantes no interior da Bahia, a 375 quilômetros de Salvador. Entretanto, a polícia cumpriu um mandado de prisão em uma das poucas escolas do município. O envolvimento de algum aluno em um crime chamaria a atenção por si só, mas este caso foi especial: os policiais estavam atrás do diretor da instituição, Colégio Estadual de Tempo Integral Octacílio Manoel Gomes (CEOMG).
No local, a polícia finalmente localizou Hélio Camilo, que nas redes sociais se definia como “professor de inglês, espanhol, português e biologia”. Apesar do currículo, ele era procurado por homicídio, estelionato e falsificação de documentos.
O diretor não reagiu
Antes de assumir a direção da escola em Ubaitaba, Hélio Camilo também atuou como professor e vice-diretor escolar em Maraú, cidade vizinha. Para todos os conhecidos, ele se chamava Geraldo Dantas Silva e se entregou sem resistência aos policiais. Em seu histórico criminal, primeiramente, foi preso por homicídio em Minas Gerais, porém fugiu em 2009. Depois, se mudou para Rondônia, estado em que começou a ser investigado por estelionato. Por fim, Hélio foi para a Bahia, onde passou em concurso público.
Diante da surpresa com a aprovação de uma pessoa procurada pela Justiça em um concurso, a pasta emitiu nota sobre o caso. “Após tomar conhecimento dos fatos, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, de imediato, exonerou o servidor do cargo que exercia e está adotando todas as medidas cabíveis à situação”.
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População em choque
Segundo o jornal Correio, a notícia causou ainda mais surpresa em função do bom trabalho que Hélio desenvolvia como professor. Muitos registraram tristeza com a descoberta. Em sua maioria, os estudantes se mostraram surpresos: “Perdi meu diretor, o melhor que já tive” – opinião complementada pela de outro aluno – “Ele foi meu melhor professor, não posso acreditar nisso”.
Em relação aos adultos, o tom foi de indignação: “Infiltrado dentro de órgãos públicos, concursado e os órgãos não identificaram um bandido de alta periculosidade”, declarou um dos pais e responsáveis. Na mesma linha, uma mulher resumiu a opinião de quem ficou assustado com a história, “Deixaram um assassino tomando conta das nossas crianças”, concluiu.