Salvador não é só a cidade da praia, do carnaval e da comida temperada. Enquanto comemoram a boa fase dos times locais no futebol, muitos baianos ficaram surpresos com um ilustre conhecido desfilando pelas ruas. Trata-se de uma velha viatura da Polícia Militar, em perfeito estado de conservação. O registro em vídeo foi feito por outro motorista. Admirado com a raridade, ele filma e diz em tom nostálgico, “Mas rapaz, que onda”.
As imagens viralizaram nas redes sociais e a população logo identificou que a viatura estava rodando pela Avenida Mário Leal Ferreira, na região de Bonocô. Apesar de aparecer na filmagem sendo conduzido por um motorista sem farda, em nota à TV Aratu, a Polícia Militar informou que o Volkswagen Fusca é um veículo histórico da corporação.
Na ocasião, foi realizada uma manutenção para garantir que ele continue funcionando, e após o procedimento, o carro estava sendo conduzido de volta à unidade onde permanece preservado.
Embora o auge do Fusca no país tenha sido nos anos 1950 e 60, ainda de acordo com a PM, o carro que está fazendo sucesso nas redes sociais foi utilizado em Salvador na década de 1970. Confira o vídeo completo.
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Quanto custa um Fusca hoje?
Quando chegou ao Brasil, o pequeno carro alemão encontrou poucas estradas e estas geralmente estavam em más condições. Por isso, logo o Fusca provou a sua valentia em qualquer tipo de terreno e passou a ser fabricado em larga escala.
Contudo, apesar de sua última unidade ter saído da fábrica da Volkswagen brasileira em 1996, ele permanece no coração de muita gente, mas na garagem de apenas alguns. Isso se deve à surpreendente valorização do carro. Sua última versão, apelidada de “Fusca do Itamar” – o presidente naquele período era o mineiro Itamar Franco – é uma das preferidas por ser menos rodada que os modelos mais antigos.
Dependendo do estado de conservação, atualmente um Fusca varia entre R$ 20 mil e R$ 150 mil.
“É mais simples, mas é lento”
Para ilustrar a popularidade do veículo no Brasil, sua última versão foi tema de música do grupo de rock Ultraje a Rigor. Ela foi lançada em 1993, quando o Fusca estava longe da valorização atual. Naqueles tempos, ele raramente dava problema mecânico, gastava pouca gasolina, mas acima de tudo, era basicamente uma opção de carro mais barata. Para muitos, a sensação era como descreve a letra:
“Não vai dar pra compensar, com o fusquinha do Itamar, o carrão último, que era o que eu ia a comprar. […] E agora, o que fazer? Foi uma escolha suicida, não vou conseguir vender, é um carro pra toda vida, é seguro, mas é feio, é mais simples, mas é lento”.
No entanto, pela repercussão do Fusca da PM em Salvador, nem todo mundo pensava assim.