O Grito dos Excluídos, tradicional manifestação realizada no Dia da Independência, reuniu neste sábado (7) milhares de pessoas nas ruas do centro do Rio de Janeiro. Neste ano, a liderança do protesto ficou a cargo das mães que perderam seus filhos em operações policiais. Elas marcharam segurando cartazes com as fotos das vítimas, exigindo justiça para seus filhos.
A concentração começou às 10h na esquina da Rua Uruguaiana com a Avenida Presidente Vargas, onde foi reforçado o pedido pela federalização de processos que envolvem a letalidade policial no Rio de Janeiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já recebeu representação favorável à medida em quatro casos, incluindo a Chacina do Jacarezinho, ocorrida em 2021.
Luta por justiça e direitos humanos
As mães que participaram do ato criticaram a falta de punição para os responsáveis pela morte de seus filhos. Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul Brasil, destacou que essas mães são as que mais sofrem com a violência do estado. “Os assassinos de muitos nunca foram punidos. São vidas perdidas, principalmente de jovens e crianças negras e periféricas”, afirmou.
Além das demandas por justiça, o Grito dos Excluídos defende causas como a desmilitarização do 7 de setembro, a luta contra a desigualdade e a injustiça social. “Enquanto houver violência e desigualdade, nossa independência será incompleta”, acrescentou Sandra.
Variedade de pautas no evento
Durante a caminhada em direção à Praça Mauá, diversos temas foram abordados pelos manifestantes, como o combate ao racismo, a defesa do meio ambiente, e a crítica à política de guerra às drogas. Roberto Oliveira, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), destacou as lutas das populações afetadas pela crise climática e pela destruição da biodiversidade na Amazônia.
LEIA TAMBÉM
Candidatos a cargos públicos nas eleições municipais também participaram do ato, reforçando suas pautas sociais e se solidarizando com as causas defendidas.
Perguntas Frequentes sobre o Grito dos Excluídos 2024
Qual é o foco do Grito dos Excluídos?
O movimento visa chamar a atenção para as demandas dos grupos marginalizados, como justiça para vítimas da violência policial, combate à desigualdade e preservação ambiental.
Por que as mães de vítimas de violência policial lideraram o ato?
Elas representam a luta por justiça, já que muitos casos de violência do estado ainda não tiveram os responsáveis punidos.
O que é a federalização dos processos de letalidade policial?
A federalização transfere os casos da justiça estadual para a justiça federal, em busca de maior imparcialidade em processos de violência envolvendo agentes públicos.
Com informações da Agência Brasil