O monólogo “As Cosquinhas ou a Dança da Raiva”, protagonizado por Juliana Trimer, estreia no dia 3 de outubro no Teatro II do Sesc Tijuca, Zona Norte do Rio, e segue em cartaz até 3 de novembro, com sessões de quinta a sábado às 19h e domingos às 18h. Os ingressos variam entre R$ 7,5 para associados do Sesc, R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30 (inteira), com entrada gratuita para pessoas com deficiência.
A peça, dirigida por Lisa Eiras, é uma adaptação brasileira do premiado espetáculo francês de Andréa Bescond e conta a história de Odette, uma bailarina que revisita suas memórias durante uma sessão de terapia.
Na montagem, a protagonista mergulha em lembranças da infância, explorando como a dança a ajudou a ressignificar um abuso sexual sofrido. A atriz Juliana Trimer interpreta, além de Odette, outros cinco personagens que surgem nas memórias da protagonista. A encenação minimalista, composta apenas por Juliana e uma cadeira em cena, incentiva o público a explorar a imaginação e a acompanhar a jornada íntima da personagem.
O espetáculo combina teatro e dança para abordar temas delicados, como a superação de traumas e o impacto transformador da arte na vida pessoal. Juliana destaca que a peça busca trazer uma nova perspectiva ao tema do abuso, focando na jornada de cura e resiliência da protagonista. Segundo ela, o texto “tira o protagonismo do abusador e do abuso em si e o transfere para a jornada pessoal que existe em olhar para si mesma”.
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A inspiração para a montagem brasileira veio após Juliana assistir ao filme “Inocência Roubada”, adaptação cinematográfica do texto original. A atriz conta que, ao invés de gatilhos, o filme proporcionou uma nova percepção sobre sua própria experiência. A partir dessa sensação, nasceu o desejo de levar essa história ao palco no Brasil, em um projeto com equipe criativa inteiramente feminina.
A diretora Lisa Eiras vê a peça como uma proposta de superação, destacando que a arte, assim como a dança foi para a personagem Odette, pode oferecer alternativas para lidar com a dor. Ela reforça a importância do teatro como um espaço para expandir o imaginário e apontar novos caminhos.
Além da narrativa artística, o tema da peça também joga luz sobre a realidade alarmante dos abusos no Brasil. De acordo com o Fórum de Segurança Pública, quatro crianças são abusadas a cada hora no país, sendo a maioria delas vítimas dentro de casa. Para ampliar o acesso, algumas sessões contarão com intérpretes de libras, e debates sobre o tema do espetáculo serão realizados em datas a serem divulgadas nas redes sociais.
Juliana Trimer, ao final, destaca a importância de falar abertamente sobre educação sexual preventiva e a proteção das crianças, que muitas vezes não possuem as ferramentas para se defenderem. “Eu acredito muito que podemos falar sobre sexualidade e abusos de forma mais aberta, mas, principalmente, proteger essas crianças”, conclui a atriz.
Serviço:
“As Cosquinhas ou a Dança da Raiva”
Data: 03 de outubro a 03 de novembro (exceto dias 24 a 27 de outubro)
Dias da semana: De quinta a domingo
Horário: Quinta a sábado, às 19h | Domingo, às 18h Local: Teatro II do Sesc Tijuca
Ingressos: R$ 7,5 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira), Gratuito (PCG) Endereço: Rua Barão de Mesquita, 539, Rio de Janeiro – RJ
Informações:
Bilheteria – Horário de funcionamento: Terça a sexta – de 7h às 19h30; Sábados – de 9h às 19h
Domingos – de 9h às 18h. Classificação indicativa: 16 anos Duração: 60 minutos
Lotação: 45 lugares Gênero: Drama