Habitação

Rio de Janeiro registra queda de 2,41% nos aluguéis residenciais

Estudo de inteligência imobiliária da APSA aponta a vacância média em 5,7%, o que pode manter os aluguéis em níveis mais altos devido à quantidade menor de imóveis disponíveis para alugar

Rio de Janeiro - Imagem de LhcCoutinho por Pixabay
Rio de Janeiro - Imagem de LhcCoutinho por Pixabay

Apesar do acumulado dos últimos doze meses apresentar um aumento de 9,83% no valor dos aluguéis anunciados pelas imobiliárias para novos inquilinos, no Rio de Janeiro, o estudo de inteligência imobiliária feito pela APSA no mês de agosto, mostra uma redução de 2,41% na comparação com o mês anterior. Os imóveis subiram nos primeiros meses do ano, mas a desaceleração voltou em junho, e o metro quadrado médio na cidade atualmente é de R$ 44,12. Ou seja, um imóvel de 100 metros quadrados tem o aluguel médio, variando para mais ou para menos, de R$ 4.412,00. Para a estimativa, a pesquisa utilizou como base cerca de 14 mil anúncios de imóveis residenciais para locação na capital carioca, em sites imobiliários.
 

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Dos 17 bairros pesquisados, oito apresentaram redução no valor por metro quadrado em relação a julho, foram eles:


Na Zona Sul:

  • Catete: o valor do metro quadrado está em R$ 56,10 o bairro teve a maior queda nos aluguéis, com redução de 10,33%.
  • Botafogo: diminuição de 2,40%, com m² a R$ 63,14.
  • Leblon: desacelerou 1,02% e o m² está em R$ 116,26.

Na região central:

  • Rio Comprido: com redução de 17,39%, está saindo a R$ 26,89/m².

Na Zona Norte:

  • Tijuca: redução de 3,03%, com o aluguel médio saindo a R$ 32,63.
  • Méier: preço por metro quadrado 2,45% menor, saindo a R$ 22,33.

Na Zona Oeste:

  • Recreio: com redução de 0,8% — está custando R$ 39,89.
  • Barra da Tijuca: queda de 0,14%, com preços em R$ 70,49.


Já os bairros que apresentaram aumento no preço por metro quadrado no Rio, foram:

  • Laranjeiras: R$ 47,76. O bairro apresentou o maior aumento registrado pelo estudo, a variação foi de 13,18%.
  • Maracanã: R$ 33,46 – 5,32% maior que o mês anterior.
  • Flamengo: R$ 58,09. Valor está 5,12% mais alto.
  • Leme: R$ 63,88. O preço está 4,33% mais alto do que em julho.
  • Ipanema: R$ 123,56 – o que representa uma alta de 3,02% em comparação ao mês anterior (R$ 119,94).
  • Vila Isabel: R$ 28,02. O aumento foi de 2,08% com o aluguel em R$ 28,08.
  • Centro: R$ 41,19. Em um mês, o crescimento foi de 1,68%.
  • Copacabana: R$ 61,16 – aumento de 1,19%.
  • Grajaú: R$ 30,41. O bairro da Zona Norte foi o que registrou o menor aumento, cerca de 0,7%.

Taxa de vacância ainda é baixa

Apesar de apresentar um aumento de 7,5%, em comparação há três meses, no número de apartamentos disponíveis para aluguel, o estudo de inteligência imobiliária feito pela APSA mostra que o número continua longe do ideal, que seria de 10%. A taxa de vacância atual da cidade é de 5,7% e, além disso, houve redução no número de imóveis alugados no Rio de Janeiro.
 


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Os bairros que impulsionaram esse aumento foram: Catete, com um aumento frente ao mês anterior de 100%, chegando a taxa de vacância de 5,0%; Recreio, que agora tem o valor de 14,8%, quase 5% acima do ideal, e Tijuca, que sofreu um aumento de 25,8% em relação a julho, chegando a taxa de vacância de 7,3%.

Já os bairros que sofreram desaceleração na taxa de vacância, em comparação a julho, foram:

  • Flamengo, com uma redução de 48,8%, chegando a taxa de 2,2% atualmente
  • Leme, com uma redução frente ao mês anterior de 54,5%, chegando a taxa de 0,5%
  • Grajaú, que diminuiu em 35,8% os imóveis disponíveis para locação, chegando a taxa de 3,4%.
  • Méier, com uma diminuição de: 24,1%, chegando a taxa de 4,4%
  • Centro, que teve 9% da quantidade reduzida, chegando a taxa de 16,1% – bem acima da taxa ideal de vacância
     

Tempo para alugar imóveis na cidade diminuiu 

Em agosto, o número de imóveis disponíveis para locação no Rio de Janeiro recuou 6,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No entanto, em relação ao mês de julho de 2024, houve um avanço de 2,9%, o que sinaliza um crescimento na quantidade de locações realizadas.
 

Além disso, a média do tempo para conseguir alugar um imóvel em 2024 diminuiu. No bairro de Botafogo, por exemplo, em 2021, entre janeiro e julho, imóveis residenciais de 1 a 3 dormitórios levavam em média 96 dias para ser locado. Já comparando o mesmo período nesse ano, a média é de 19 dias, demonstrando uma redução de 80,21% em relação ao período comparado.
 

Veja o tempo médio (calculado no período de janeiro a julho) para alugar um imóvel em alguns bairros da cidade abaixo:

  • Botafogo: 19 dias
  • Copacabana: 22 dias, uma redução de quase 90% se comparado ao mesmo período de 2021 (203 dias)
  • Barra da Tijuca: 27 dias
  • Tijuca: 31 dias (em 2021, o tempo era de 287 dias)


Para o gerente de imóveis da APSA, Flávio Olímpio, os alugueis não devem ter uma queda expressiva porque a vacância está baixa e por isso, os aluguéis continuam altos no Rio. “A medida que se aumente a oferta, com novos residenciais sendo entregues, é possível alguma estabilização maior de preços. Mas a locação está muito aquecida ainda porque os juros em patamares mais altos impedem que as pessoas possam comprar imóveis financiados e a opção de moradia continua sendo pagar aluguel, causando esse aumento de demanda. Então hoje, estamos com um estoque menor de moradias disponíveis para o aluguel e há dificuldade para se encontrar imóveis para alugar, dentro dos valores procurados pelas pessoas. Muitas estão mudando a opção de bairro inicial.”