‘Quiet beauty’: A Ascensão da Beleza Sem Preenchimentos Faciais

Depois do boom pós-pandêmico da harmonização facial, muitas pessoas têm buscado suas clínicas em busca de reverter procedimentos de preenchimento, implantes e outras interferências estéticas. No caso dos famosos, a explicação é o desejo por um visual mais natural e pela vontade de se reconhecer no espelho com mais facilidade.

O assunto é polêmico e não deixa de deflagrar o exagero como grande propulsor da onda de desarmonização. Tecnicamente, não há nada de errado com intervenções que mirem um visual mais satisfatório. É o que enfatizam o Dr. Ivan Rollemberg Dermatologista pela SBD idealizador da Human Clinic, referência em realizar procedimentos sem perder a naturalidade, e a Dra. Camila Dezanetti, dermatologista pela SBD.

“O que estamos vendo na mídia é uma correção de preenchimentos em excesso, colocados em lugares inapropriados, gerando a sensação de rosto cheio e pesado”, avalia o Dr. Rollemberg, ao frisar que a busca correta do procedimento deve ser a naturalidade, respeitando a harmonia e simetria de cada um.

Da mesma forma, a Dra. Camila aposta em algumas razões para a nova tendência de reversões de tratamentos: “O rosto harmonizado pode ficar estigmatizado, dependendo da técnica e produtos utilizados, criando aquela padronização, em que todos ficam com a mesma cara e não se reconhecem mais”, analisa a dermatologista, salientando o exagero de preenchedores.

É seguro reverter as intervenções?

De forma geral, os preenchimentos que vêm sendo revertidos, basicamente unem ácido hialurônico e estimuladores de colágeno, segundo os médicos. A retirada, por sua vez, exige a aplicação de uma enzima que dissolve o ácido hialurônico, chamada hialuronidase, capaz de reverter os efeitos do preenchimento em até 48 horas, segundo detalha a Dra. Camila.

Apesar da explicação simples, ela pondera que a injeção do produto distende a pele, de modo que, após a retirada, o paciente pode ter uma sensação de piora da flacidez, por exemplo. “Dependendo do grau de envelhecimento do paciente isso pode mesmo ocorrer. Então, novos protocolos podem ser necessários”, informa a médica, apoiada pelo Dr. Rollemberg: “Pode haver piora da flacidez por perda de sustentação do tecido, além de reações alérgicas ao produto de dissolução”.

Existem novas alternativas ao preenchimento? 

O Dr. Rollemberg aponta tratamentos com laser, como ultrassom microfocado e fotona, como substitutos ao preenchimento. “Eles atuam diretamente na derme, estimulando o colágeno e dando firmeza à pele”, explica.

A Dra. Camila acredita que o preenchimento com ácido hialurônico continua sendo um tratamento que pode, sim, trazer resultados naturais, desde que bem indicado, executado e personalizado, mas concorda com as alternativas citadas pelo Dr. Rollemberg e adiciona: “Os microagulhamentos robóticos também proporcionam excelentes resultados sem uso de implantes”, recomenda, ao opinar: “Sempre considero o melhor resultado a associação de todas essas tecnologias e não apostar tudo num único, pois dificilmente conseguimos tratar todas as queixas com um único produto ou tecnologia”, finaliza a médica.