Bagdá – O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Fuad Hussein, alertou neste domingo (13) que a continuidade da campanha militar israelense em Gaza e no Líbano pode desencadear uma crise energética global se o conflito se expandir para toda a região. Durante uma coletiva de imprensa ao lado do ministro iraniano Abbas Araghchi, Hussein destacou que o Iraque rejeita a violação de seu espaço aéreo para ataques ao Irã e deseja manter-se fora de confrontos regionais.
Hussein enfatizou a necessidade de evitar um conflito mais amplo, que poderia colocar em risco a estabilidade energética global. O Oriente Médio, como grande exportador de petróleo, está no centro das preocupações de mercado, e qualquer escalada poderia elevar os preços da energia a níveis sem precedentes.
Preocupação com escalada do conflito
De acordo com Abbas Araghchi, o Irã busca a paz e está em consultas com parceiros regionais para tentar frear a agressão israelense no Líbano e em Gaza. Apesar disso, Teerã mantém uma postura de autodefesa, como evidenciado pelo lançamento de mísseis contra Israel no início de outubro, em resposta a assassinatos políticos e à invasão do Líbano.
Araghchi reafirmou que o Irã não deseja a guerra, mas alertou que as ações de Israel, que incluem ataques ao Iêmen, Síria e Iraque, têm o potencial de arrastar a região para um conflito ainda maior.
Impactos econômicos e humanos
A crise humanitária em Gaza já atingiu níveis alarmantes, com mais de 42 mil mortos, 98 mil feridos e dois milhões de desabrigados nos últimos 12 meses. No Líbano, o número de mortos chega a 2.100, com 1.2 milhão de pessoas deslocadas. A contínua instabilidade na região pode resultar em um choque nos mercados de energia, afetando as economias globais.
O Irã, que também tem sido alvo de ataques esporádicos de Israel, reafirma sua política de autodefesa, mas alerta para os riscos de uma escalada que afetaria profundamente a economia mundial, sobretudo no que diz respeito ao fornecimento de petróleo.
Violações ao direito internacional
Os ataques de Israel continuam desafiando resoluções do Conselho de Segurança da ONU e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ). Israel foi acusado de genocídio pelo TIJ, após uma denúncia sul-africana em janeiro. No entanto, o país segue com suas ações militares na região, ampliando o impacto humanitário e as tensões geopolíticas.
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Perguntas frequentes sobre a crise no Oriente Médio
O que pode causar uma crise energética global?
A expansão do conflito entre Israel e Irã pode comprometer a segurança na região, que é um dos maiores exportadores de petróleo, resultando em uma crise energética global.
Qual é a posição do Iraque no conflito?
O Iraque deseja permanecer neutro e rejeita a violação de seu espaço aéreo para ataques ao Irã, buscando evitar um envolvimento direto no conflito regional.
Qual é a postura do Irã?
O Irã afirma que não busca a guerra e está em consultas com outros países para cessar as hostilidades, mas mantém sua política de autodefesa diante dos ataques israelenses.
Como está a situação humanitária em Gaza e no Líbano?
Em Gaza, há mais de 42 mil mortos e dois milhões de desabrigados. No Líbano, o número de mortos chegou a 2.100, com 1.2 milhão de pessoas deslocadas.