Caracas – O governo da Venezuela anunciou, nesta quinta-feira (17), a prisão de 19 mercenários envolvidos em planos de ataques terroristas no país. Segundo o ministro do Interior, Diosdado Cabello, os detidos faziam parte de uma operação coordenada pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), pela Agência Antidrogas (DEA) e pelo Centro Nacional de Inteligência da Espanha (CNI).
Durante a operação, foram apreendidas 71 armas, incluindo 33 fuzis que teriam sido roubados das Forças Armadas Venezuelanas. As armas, de origem norte-americana e israelense, foram encontradas na posse de grupos que atuavam na região dos Valles de Aragua.
Conexões com mercenários e armas
Cabello afirmou que a ideia era estabelecer uma ponte entre os mercenários e grupos criminosos como o Trem do Llano e o Trem de Aragua, que usariam as armas para promover ataques a estruturas estratégicas e militares, com o objetivo de desestabilizar o país. Entre os mercenários presos, estão estadunidenses, peruanos e colombianos, além de recrutadores que operavam na Colômbia.
As prisões ocorreram após interceptações de ligações e rastreamento de aparelhos celulares dos envolvidos, que compartilhavam informações e fotos de infraestruturas estratégicas, como refinarias e bases militares. Um dos principais responsáveis pelo tráfico de armas seria Iván Simonovis, protegido pelo governo dos Estados Unidos, segundo Cabello.
Envolvimento internacional e novas revelações
A operação também revelou a infiltração de mercenários em organizações religiosas e políticas. O estadunidense Jonathan Pagan González, apontado como infiltrado em grupos religiosos, foi preso no estado de Zulia, onde articulava ações terroristas.
Durante a coletiva de imprensa, Cabello mencionou que a ex-deputada María Corina Machado e os ex-presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe e Iván Duque, estavam cientes das operações, mas não forneceu detalhes sobre o nível de envolvimento deles.
Apreensão de fuzis e desestabilização
As investigações revelaram que uma das principais provas do envolvimento dos Estados Unidos nas tentativas de golpe de 2024 foram os fuzis apreendidos, que continham inscrições afirmando serem de uso exclusivo do exército norte-americano. As armas teriam sido planejadas para serem usadas tanto nas ruas quanto dentro de prisões, promovendo rebeliões para desestabilizar o governo.
As operações de desmobilização de grupos terroristas já resultaram na prisão de líderes criminosos, além da apreensão de mais armamentos. O caso está sendo judicializado, e a Interpol foi acionada para investigar a origem das armas.
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Perguntas Frequentes sobre as prisões de mercenários na Venezuela
Quem são os mercenários presos na Venezuela?
Entre os presos estão estadunidenses, peruanos e colombianos, além de recrutadores que atuavam na Colômbia. Eles faziam parte de uma operação coordenada pela CIA, DEA e CNI.
Qual era o objetivo dos mercenários na Venezuela?
Segundo Diosdado Cabello, o plano era desestabilizar o país por meio de ataques a estruturas estratégicas e militares, utilizando armas de origem norte-americana e israelense.
Como as prisões ocorreram?
As prisões aconteceram após a interceptação de ligações e rastreamento de celulares, que permitiram identificar os envolvidos e suas conexões com grupos criminosos.