O laudo realizado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) revelou que a criança de 9 meses estava morta durante o velório, sem sinais vitais. O caso ganhou destaque após familiares alegarem que a menina apresentava batimentos cardíacos e temperatura corporal normal, levando-os a acionar o Corpo de Bombeiros durante a cerimônia.
O evento ocorreu na noite do sábado (19) em Correia Pinto, cidade com aproximadamente 15 mil habitantes. Durante o velório, os familiares notaram que a temperatura da criança se mantinha estável. Relatos indicam que a funerária confirmou que a menina havia mexido a mão durante a cerimônia.
“Quando chegamos, um farmacêutico estava utilizando um oxímetro infantil e dizia que a criança apresentava sinais de saturação de oxigênio e batimentos cardíacos”, explicaram os bombeiros.
Ao chegarem ao local, os bombeiros examinaram a criança e constataram batimentos fracos. Foi realizado um teste nas pernas da bebê, que não apresentaram rigidez. No entanto, os profissionais observaram que as pupilas estavam contraídas e não reativas à luz, além de edemas no pescoço e atrás das orelhas.
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O que diz o laudo
O laudo, entregue em caráter de urgência, descartou a possibilidade de que a criança estivesse viva durante o velório.
“O documento é sigiloso por se tratar de uma criança, mas o médico legista aponta diversas razões para a percepção de calor e leituras de pulso e saturação no oxímetro”, afirmou o Ministério Público.
A menina havia sido atendida na Fundação Hospitalar Faustino Riscarolli, onde, segundo o pai, apresentou-se doente na noite de quinta-feira (17) e foi diagnosticada com virose. O médico prescreveu soro, medicamentos e a liberou.
No sábado, ao retornar ao hospital, o mesmo médico teria atestado a morte da criança, afirmando que a causa foi asfixia por vômito. No entanto, o atestado de óbito aponta desidratação e infecção intestinal bacteriana.
O MPSC aguarda a conclusão de um laudo anatomopatológico, que deve ser divulgado em até 30 dias, para determinar a causa da morte e verificar se houve negligência no atendimento médico.
O que diz a prefeitura
A prefeitura de Correia Pinto expressou solidariedade à família em nota oficial e destacou “que a criança deu entrada no hospital por volta das 3 horas da manhã de 19 de outubro, sendo o óbito constatado pela equipe médica. Mais tarde, por volta das 19 horas, a criança foi novamente levada ao hospital pelos bombeiros, mas o óbito foi confirmado mais uma vez”.