Putin e Brasil divergem sobre Venezuela no BRICS

Presidente russo defende Maduro e ressalta relação amigável com Lula

Redacao
Por Redacao
4 Min Read

Moscou – O presidente russo Vladimir Putin revelou, nesta quinta-feira (24), que as posições da Rússia e do Brasil em relação à situação na Venezuela não estão alinhadas. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa após a cúpula do BRICS em Kazan, Rússia. A divergência surge no contexto da resistência brasileira em apoiar a inclusão da Venezuela no bloco de nações emergentes, como solicitado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Putin afirmou que, enquanto a Rússia acredita que Maduro venceu as eleições de forma legítima, o Brasil tem uma postura diferente. “Nossas posições não coincidem com as do Brasil sobre as questões da Venezuela”, declarou Putin, destacando a expectativa de que as relações entre Brasil e Venezuela se normalizem em breve.

Apoio russo à Venezuela

Putin reforçou o apoio russo ao governo de Maduro, afirmando que o presidente venezuelano está consolidando a soberania do país e promovendo o desenvolvimento. “Sob sua liderança, a Venezuela continua a política de fortalecimento da soberania iniciada por Hugo Chávez“, disse Putin.

Brasil resiste à inclusão da Venezuela no BRICS

Durante a cúpula, a resistência do Brasil à adesão da Venezuela ao BRICS foi evidente. O bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tem como regra a exigência de consenso para a entrada de novos membros. A falta de acordo entre os países do grupo impede que a Venezuela seja formalmente admitida. “Para aceitar qualquer candidato, é necessário o consentimento de todos os participantes”, explicou Putin.

Relação amigável com Lula

Apesar da discordância sobre a Venezuela, Putin destacou que mantém uma “ótima e amigável” relação com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. A cúpula do BRICS, que ocorreu de 22 a 24 de outubro em Kazan, trouxe à tona as diferenças diplomáticas, mas também reforçou a cooperação em áreas de interesse comum.

Expansão do BRICS e novos membros

A presidência rotativa do BRICS, assumida pela Rússia em janeiro de 2024, marca o início de uma nova fase para o bloco, que recentemente aceitou a adesão de novos países como Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. A participação da Arábia Saudita ainda não foi formalizada, mas o país já está envolvido nas reuniões do grupo.


LEIA TAMBÉM

Perguntas frequentes sobre a cúpula do BRICS e a Venezuela

Por que o Brasil se opõe à entrada da Venezuela no BRICS?
O Brasil não reconheceu oficialmente os resultados eleitorais na Venezuela, o que gera divergências sobre a inclusão do país no bloco.

Qual é a posição da Rússia em relação à Venezuela?
A Rússia acredita que Nicolás Maduro venceu as eleições de forma justa e continua a apoiar seu governo.

O que é necessário para que um país entre no BRICS?
Para que um novo membro seja aceito no BRICS, é necessário o consenso de todos os países que compõem o bloco.

Como está a relação entre Putin e Lula?
Apesar das diferenças sobre a Venezuela, Putin destacou que sua relação com Lula é amigável.

Compartilhe esta notícia