Rio de Janeiro – Nesta quinta-feira (24), uma manifestação foi realizada em frente ao prédio da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), no centro da cidade. Cientistas, políticos e funcionários se uniram contra a possível substituição do atual presidente, Jerson Lima Silva, por um político do partido do governador Cláudio Castro. O indicado para o cargo seria o ex-deputado federal Alexandre Valle, empresário do setor de seguros e ex-candidato à prefeitura de Itaguaí.
A comunidade científica teme que a mudança na presidência comprometa o apoio à pesquisa no estado, dado que Valle não possui experiência acadêmica ou científica, diferentemente do atual presidente. As lideranças da manifestação criticam a substituição por critérios políticos, destacando o papel essencial da Faperj no financiamento de mais de 6 mil bolsistas e 9 mil pesquisadores.
Motivações e reações
O atual presidente da Faperj, Jerson Lima Silva, foi convocado para uma reunião com o secretário de Ciência e Tecnologia, Anderson Moraes, que informou sobre sua iminente substituição por um quadro do PL, partido do governador. A exoneração de Jerson, contudo, ainda não foi publicada no Diário Oficial, e as discussões permanecem em andamento.
O silêncio do governo estadual sobre a questão gerou especulações. A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) enviaram uma carta ao governador pedindo explicações e manifestando preocupação com os rumores. “O governador não respondeu a nossa carta, o que pode ser um bom sinal”, disse Helena Nader, presidente da ABC.
Impacto nas pesquisas
A presidente da Associação de Funcionários da Faperj, Luciana Lopes, reforçou que a principal preocupação da comunidade científica não é a troca do presidente, mas sim a falta de qualificação do indicado. “Nossa questão é a pessoa escolhida para liderar uma fundação que coordena pesquisas e projetos de relevância. Tememos que essa mudança possa levar ao corte de recursos para a ciência e tecnologia no estado”, declarou Luciana.
Ação parlamentar
Diante da situação, a deputada Dani Balbi (PCdoB), vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj, apresentou um projeto de lei que busca impedir a nomeação política para cargos de presidência em órgãos como a Faperj. A proposta prevê que o Conselho Superior da Faperj indique uma lista tríplice de candidatos com experiência acadêmica ou científica, a ser submetida ao governador.
“A Faperj tem uma função crucial ao desenvolver pesquisas que impactam diretamente as políticas públicas. Substituir seu presidente por alguém sem ligação acadêmica é um retrocesso”, afirmou a deputada.
Até o momento, nem o governador Cláudio Castro nem o secretário Anderson Moraes se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
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Perguntas frequentes sobre a substituição na Faperj
Por que a substituição na presidência da Faperj preocupa a comunidade científica?
A principal preocupação é que a indicação política não leva em consideração a qualificação técnica do indicado, o que pode comprometer o apoio à pesquisa no estado.
Quem é o indicado para o cargo?
O indicado é o ex-deputado federal Alexandre Valle, que não possui experiência acadêmica ou científica, mas é aliado do governador e empresário do setor de seguros.
Qual o papel da Faperj no Rio de Janeiro?
A Faperj é responsável pelo financiamento de mais de 6 mil bolsistas e 9 mil pesquisadores, sendo fundamental para o desenvolvimento de pesquisas no estado.
O governo já confirmou a troca?
Embora a substituição tenha sido comunicada ao atual presidente, o ato ainda não foi publicado oficialmente no Diário Oficial.
Com informações de O Globo.
