Barricadas do crime limitam mobilidade no Rio de Janeiro e afetam moradores

Redacao
Por Redacao
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Rio de Janeiro – Barricadas criadas por facções criminosas e milicianos no Rio de Janeiro estão cada vez mais presentes em áreas urbanas, restringindo a mobilidade dos moradores e até aparecendo como pontos de referência no Google Maps. Esses bloqueios, que incluem troncos, pneus e valas, são comuns em comunidades e bairros da Região Metropolitana, afetando principalmente a rotina de quem depende do transporte local.

Na Estrada do Rio Grande, na Taquara, e no Complexo de Israel, na Zona Norte, moradores enfrentam dificuldades diárias para acessar suas casas ou circular. Muitas dessas barricadas são descritas pelos usuários no Google Maps como “marcos culturais” ou “históricos”, um reflexo do domínio e da violência nessas regiões. Na última semana, a área do Complexo de Israel foi palco de confrontos que deixaram três mortos e bloquearam a Avenida Brasil.

Bloqueios afetam moradores e forças de segurança

Grupos criminosos comandados por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como “Peixão”, implementam técnicas para impedir a entrada da polícia, como valas profundas nas ruas. Em uma operação recente, um blindado da polícia ficou preso em uma dessas barricadas, mostrando o desafio logístico enfrentado pelas forças de segurança na região.

Além do impacto físico, o controle exercido pelos criminosos também afeta psicologicamente os moradores. Uma residente de Brás de Pina, por exemplo, evita sair de casa e até proíbe o filho de brincar nas ruas, devido à presença constante das barreiras.

Controle do horário de circulação

Em áreas como Vila da Penha, traficantes determinam horários específicos para o trânsito de veículos. Maria do Rosário (nome fictício), moradora da região, relata que à noite é comum ter que caminhar para casa, pois a circulação de veículos é restrita. Essa prática de controle limita ainda mais a mobilidade dos moradores.

Profissionais impactados pelo controle do crime

Para motoristas de aplicativo, as barricadas representam um risco adicional. Cláudio Assis, de 48 anos, deixou a profissão após ser ameaçado por um traficante armado ao tentar entrar em uma rua bloqueada. Com um fuzil apontado para ele, Assis decidiu abandonar a profissão e retornar ao antigo emprego de mecânico.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Ação no Google Maps como alerta para a população

O uso do Google Maps para registrar pontos de barricada tem se tornado uma estratégia da população para lidar com a violência. Segundo Fabro Stibel, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), essa prática é uma forma de os moradores se protegerem, uma vez que as ferramentas de mapeamento oficiais têm dificuldades em registrar áreas dominadas pelo crime.

Prioridade da Secretaria de Segurança

O secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que a remoção das barricadas é uma prioridade para a polícia, mas reconhece que a tarefa é complexa. Os criminosos muitas vezes reinstalam os bloqueios pouco depois da retirada, expandindo essa prática para outras áreas. Santos destacou a necessidade de cooperação com outras esferas de governo para solucionar um problema que compromete a segurança pública e a soberania do Estado.


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Perguntas Frequentes sobre as Barricadas no Rio de Janeiro

1. Por que as barricadas são tão comuns em comunidades do Rio?
As barricadas servem para impedir a entrada de forças policiais e reforçar o domínio de traficantes e milicianos sobre áreas específicas.

2. Como os moradores estão usando o Google Maps para sinalizar bloqueios?
Alguns moradores adicionam esses pontos como marcos culturais ou de referência, ajudando a alertar outros sobre as áreas bloqueadas.

3. A Secretaria de Segurança tem um plano para remover as barricadas?
Sim, o secretário Victor Santos afirma que a remoção das barricadas é prioridade, mas o trabalho é complexo devido à reinstalação frequente dos bloqueios.

4. Como as barricadas afetam a vida dos motoristas de aplicativo?
Motoristas evitam regiões com barricadas para não se exporem a riscos. Alguns, como Cláudio Assis, abandonaram a profissão após situações ameaçadoras.

Com informações de O Globo

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