Rio de Janeiro – Nesta terça-feira (29), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu o contraventor Rogério Andrade, acusado de ser o mandante do assassinato de Fernando Iggnácio, em 2020. Andrade, que também é patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, foi detido em uma operação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com o apoio da Operação Último Ato.
Emboscada fatal em 2020
Fernando Iggnácio, genro e herdeiro do lendário contraventor Castor de Andrade, foi morto em uma emboscada no Recreio dos Bandeirantes, em 10 de novembro de 2020. Ele havia acabado de retornar de helicóptero de Angra dos Reis quando foi surpreendido e morto com tiros de fuzil 556 ao se dirigir ao carro. O MPRJ aponta Rogério Andrade como responsável pelo crime, em uma disputa de poder familiar que remonta a décadas.
Rivalidade familiar e disputa por território
Após a morte de Castor de Andrade em 1997, Fernando Iggnácio assumiu o controle dos negócios de caça-níqueis e jogo do bicho, expandindo o império do sogro. Rogério, sobrinho de Castor, decidiu investir no mesmo setor, gerando uma disputa sangrenta entre os dois, que resultou em ao menos 50 mortes. Segundo o MPRJ, Rogério Andrade iniciou uma série de invasões aos territórios controlados por Iggnácio.
Processos e novas evidências
Em 2021, Rogério Andrade foi denunciado pelo MPRJ, mas a ação foi suspensa pelo STF em 2022 devido à falta de provas. Entretanto, novas investigações revelaram a participação de Gilmar Eneas Lisboa, acusado de monitorar Iggnácio até o momento do crime. Gilmar foi preso em Duque de Caxias, enquanto Rogério foi detido em sua residência na Barra da Tijuca.
Suspensão de tornozeleira e prisão em operação anterior
Em abril, o ministro Kassio Nunes Marques, do STF, retirou a tornozeleira eletrônica de Rogério, que cumpria recolhimento noturno desde agosto de 2022. Este monitoramento decorreu da Operação Calígula, em que Rogério e seu filho, Gustavo, foram acusados de crimes como homicídio, lavagem de dinheiro e corrupção. Gustavo, chamado de “Príncipe Regente”, é apontado como o segundo na hierarquia do esquema de Rogério.
Relevância da Operação Calígula
A Operação Calígula também levou à prisão de delegados e expôs uma rede criminosa envolvida em jogos de azar e outras atividades ilegais. Além de Andrade, entre os envolvidos estavam figuras como o PM reformado Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco, e a delegada Adriana Belém, que, segundo o MPRJ, facilitava as atividades do grupo.
LEIA TAMBÉM
- Vídeo: Internautas questionam se fantasia de Castor na Mocidade seria do bicheiro Rogério Andrade
- Operação do MPRJ visa Ronnie Lessa, bicheiros e policiais
- Raquel Rolnik: “O bolsa-aluguel é o verdadeiro combustível para novas ocupações”
- Silvio Santos sobre Alexandre Pato: “Ele só joga com uma bola, porque até agora minha filha não engravidou”
- Suspeito de estupro morre em emboscada no Rio de Janeiro
Perguntas Frequentes sobre o Caso Rogério Andrade
Quem é Rogério Andrade?
Ele é um conhecido contraventor do Rio de Janeiro, sobrinho do lendário Castor de Andrade e envolvido em jogos de azar.
Qual o motivo da prisão de Rogério Andrade?
Ele é acusado de ser o mandante do assassinato de Fernando Iggnácio, seu rival e genro de Castor de Andrade.
Quais outros crimes são atribuídos a Rogério Andrade?
Além do homicídio, ele é investigado por corrupção, extorsão e lavagem de dinheiro em uma ampla rede criminosa.
Quem é Fernando Iggnácio?
Fernando era o genro e herdeiro de Castor de Andrade, controlando uma parte significativa dos negócios da família até sua morte em 2020.