São Paulo, 20 de dezembro – A reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um vídeo institucional da Marinha quase custou o cargo do comandante da Força, almirante Marcos Sampaio Olsen. Irritado com a peça publicitária divulgada no Dia do Marinheiro, Lula cogitou a demissão do militar, mas recuou após o apelo do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, durante reunião na última terça-feira (17).
O vídeo em questão alterna cenas de militares em treinamento e pessoas em momentos de lazer, questionando: “Privilégios? Vem pra Marinha”. A campanha foi interpretada como uma crítica ao pacote de corte de gastos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e incomodou o presidente, que considerou a peça uma provocação.
Ministro da Defesa intercede para evitar crise
Lula, que demonstrou incômodo com a postura da Marinha, manifestou a intenção de afastar Olsen do comando. No entanto, José Múcio argumentou que a demissão do almirante poderia agravar as tensões com as Forças Armadas. Para evitar o agravamento da situação, o ministro chegou a se oferecer para deixar o cargo caso a decisão fosse tomada.
Fontes próximas a Múcio relatam que ele já vinha mencionando o desejo de deixar a pasta, mas considerou que sua saída neste momento poderia gerar instabilidade no governo. Durante a reunião, o ministro alertou ainda para a dificuldade de encontrar um substituto para o comando da Marinha, que é considerada a Força mais resistente ao PT.
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Resistência interna na Marinha
A insatisfação de Lula com a Marinha não é nova. O antecessor de Olsen, almirante Almir Garnier, chegou a ser indiciado no inquérito sobre a tentativa de golpe em 2023. Essa resistência histórica ao petismo tornou o tema sensível no governo. A campanha publicitária reforçou o sentimento de descontentamento no Planalto, aumentando a tensão entre civis e militares.
Entenda a polêmica envolvendo a Marinha e o governo
- O vídeo publicitário: A peça ironizou o termo “privilégios” e foi interpretada como uma crítica ao governo Lula.
- Contexto do atrito: A campanha surgiu após o anúncio do pacote econômico de Haddad, que incluiu cortes no orçamento de diversos setores.
- Reação de Lula: O presidente sugeriu a demissão do comandante da Marinha como resposta à peça.
- Intervenção de Múcio: O ministro da Defesa alertou que a demissão de Olsen poderia intensificar a crise com os militares.
- Resistência nas Forças Armadas: A Marinha é vista como a Força com maior oposição ao PT, o que aumenta a complexidade da gestão.