Moscou – O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que a queda do governo de Bashar al-Assad na Síria ocorreu devido à recusa de um acordo de compartilhamento de poder e à inércia política nos últimos anos.
Em entrevista coletiva, Lavrov destacou que a Rússia mantém contato com a nova administração síria e continuará presente no Oriente Médio. O ministro enfatizou o papel de Moscou nos esforços para melhorar a situação no país.
Críticas à antiga liderança síria
Lavrov apontou falhas da administração Assad:
- Desaceleração do processo político na última década
- Relutância em implementar mudanças necessárias
- Falta de interesse em retomar o trabalho do Comitê Constitucional
“Era possível chegar a um acordo sobre a partilha de poder, mas eles não queriam compartilhar o poder com forças de oposição não terroristas”, afirmou o ministro russo.
Críticas aos EUA e questão curda
Lavrov criticou a presença americana no leste da Síria:
- Ocupação de campos de petróleo
- Uso de recursos para apoiar elementos separatistas
O ministro também mencionou tentativas russas de mediar entre curdos e o governo sírio. Contudo, ambos os lados se mostraram resistentes às negociações.
Continuidade da presença russa
Apesar das mudanças políticas, Lavrov garantiu:
- Manutenção do contato com a nova administração síria
- Continuidade das atividades da embaixada russa em Damasco
Entenda o caso: A queda de Assad e o papel russo na Síria
- Bashar al-Assad governou a Síria por mais de duas décadas
- Rússia foi importante aliada do regime Assad durante a guerra civil
- Moscou tentou mediar acordos políticos e constitucionais
- Assad recusou compartilhar poder com oposição não-terrorista
- Queda do governo atribuída à inércia política e falta de reformas
- Rússia mantém presença diplomática e influência na Síria pós-Assad