Aministra Nísia Trindade anunciou, nesta sexta-feira (17), a reativação de 218 leitos no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) e estabeleceu prazo para que a emergência volte a funcionar após seis anos fechada. A unidade é administrada, desde outubro do ano passado, pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Nesta manhã, a ministra da Saúde visitou a unidade, na Zona Norte do Rio de Janeiro e destacou que a emergência voltará a funcionar até 31 de janeiro. As medidas fazem parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro.
Dos 218 leitos reabertos, 100 já estão em funcionamento na unidade. Com a medida, 100% das vagas estarão em operação. A emergência contará com 50 leitos e terá acesso referenciado, ou seja, o serviço de regulação do município encaminhará os pacientes para o local. Isso impede que casos leves concorram com graves. Na prática, 423 leitos estarão em funcionamento, sendo 70 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No início, o cenário encontrado era de mais da metade dos leitos fechados.
Durante a agenda, a ministra Nísia Trindade também anunciou o início do funcionamento do novo raio-X do Hospital de Bonsucesso. As obras no centro de imagem estavam paradas desde 2020, quando a unidade sofreu um incêndio. Desde então, o local operava com aparelhos portáteis.
“Desde o início do governo, sob o comando do presidente Lula, estamos investindo nos hospitais federais do Rio de Janeiro. A maior demonstração é o lançamento do Plano de Reestruturação. A abertura dos leitos e da emergência é um grande avanço para o serviço de saúde do Rio e para a população. Com a reestruturação, os hospitais alcançarão o pleno funcionamento da capacidade e ficarão ainda mais integrados ao SUS”, destacou a ministra.
Nesse cenário, a reabertura da emergência vai fortalecer a capacidade de resposta em situações críticas e a recuperação plena dos leitos vai permitir um salto na capacidade de atendimento, reduzindo filas e ampliando o acesso aos serviços de saúde.
Ao todo, o Ministério da Saúde vai investir R$ 263,7 milhões no Hospital Federal de Bonsucesso, sendo R$ 45,5 milhões em 2024 e mais R$ 218,29 milhões em 2025. Os recursos garantem avanços na gestão de melhoria da infraestrutura da unidade.
Reestruturação
Ao todo, quatro unidades federais já iniciaram o Plano de Reestruturação. Os hospitais federais de Bonsucesso (HFB), do Andaraí (HFA), Cardoso Fontes (HFCF) e Servidores do Estado (HFSE) já começaram o processo.
O HFCF e o HFA foram municipalizados para a Prefeitura do Rio de Janeiro. A meta é dobrar o número de atendimentos. O Ministério da Saúde repassou R$ 150 milhões à prefeitura. Além desse pagamento, está prevista a incorporação de R$ 610 milhões de teto MAC (atendimento de média e alta complexidade) para a cidade do Rio de Janeiro.
A unidade de Bonsucesso é administrada pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC) desde outubro de 2024. Entre as ações mais recentes, está a contratação de 2 mil funcionários. Dentre os profissionais, estão médicos, nutricionistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, entre outros.
O HFSE iniciou estudos para a fusão com o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. Com a integração, serão 500 leitos à disposição do sistema de saúde. Além disso, haverá maior capacidade de qualificação para os profissionais com a abertura de novas vagas de residência médica.
No caso da unidade da Lagoa, há uma proposta em andamento com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para integração do Instituto Fernandes Figueira (IFF) com o hospital.
O Hospital de Ipanema está passando por ações de construção para modernização e melhorias nos próximos meses.
Servidores
A reestruturação em curso garante todos os direitos dos servidores dessas unidades hospitalares. Haverá um processo de movimentação voluntária dos profissionais, que respeitará a opção dos servidores por outros locais de trabalho.
O Ministério da Saúde criou um canal de atendimento para tirar dúvidas de servidores sobre o plano de movimentação. Os questionamentos são recebidos por e-mail e respondidos pela Coordenação de Gestão de Pessoas do DGH. Ao todo, as unidades federais possuem 7 mil servidores efetivos e 4 mil temporários.