Fé Sob Ataque: Ao menos 72 casos de preconceito foram registrados no RJ em 2024

Aumento de denúncias de ultraje a culto e preconceito religioso exige atenção, aponta levantamento do ISP.

Redacao
Por Redacao
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Rio de Janeiro – Um estudo recente do Instituto de Segurança Pública (ISP) trouxe à tona uma realidade preocupante: 72 pessoas foram vítimas de preconceito religioso no Rio de Janeiro nos primeiros nove meses de 2024.

O levantamento destaca um aumento significativo nos casos de ultraje a culto, evidenciando a persistência da intolerância religiosa no estado.

A análise dos dados revela que a maioria das ocorrências se concentra na categoria de “ultraje a culto”, com 39 registros. Destes, 16 aconteceram na capital fluminense. Comparando com o ano anterior, houve um aumento de 14 casos, sinalizando uma tendência preocupante.

Perfil das Vítimas e Locais dos Crimes

O estudo do ISP traça um perfil das vítimas e mapeia os locais onde os crimes ocorrem com mais frequência:

  • Faixa etária predominante: entre 30 e 59 anos
  • Etnia das vítimas: 14 brancas e 13 pretas ou pardas
  • Local mais comum: residências

A cidade do Rio de Janeiro lidera com oito casos, seguida por São Gonçalo, na Região Metropolitana, com cinco ocorrências.

Subnotificação e Desafios

Contudo, é importante ressaltar que esses números podem não refletir a totalidade dos casos. Muitas vítimas optam por não formalizar denúncias nas delegacias, resultando em uma subnotificação significativa.

Ações Governamentais

O governador Cláudio Castro enfatizou a importância do respeito à diversidade de crenças e destacou o papel crucial das informações divulgadas pelo ISP:”As informações divulgadas pelo ISP desempenham um papel crucial para colocar luz nessas questões e subsidiar políticas públicas de combate a todo tipo de intolerância”.Castro também mencionou a existência da Decradi, uma unidade especializada da Polícia Civil na investigação desses crimes.

Ferramenta de Monitoramento

O ISP disponibilizou o Painel Discriminação, uma ferramenta interativa que facilita o monitoramento de crimes por preconceito. Além dos casos de intolerância religiosa, o painel também abrange outras formas de violência direcionadas a grupos sociais.

Entenda o Caso: Intolerância Religiosa no Rio de Janeiro

  • O que é intolerância religiosa? Atos de discriminação, violência ou preconceito contra pessoas ou grupos por suas crenças religiosas.
  • Principais tipos de crimes registrados:
    1. Ultraje a culto (39 casos)
    2. Intolerância religiosa (33 casos)
  • Locais mais comuns: Residências e espaços públicos
  • Perfil das vítimas: Majoritariamente entre 30 e 59 anos, com distribuição étnica variada
  • Ações governamentais: Criação da Decradi e disponibilização do Painel Discriminação
  • Desafios: Subnotificação e necessidade de políticas públicas mais efetivas
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