São Paulo – O Brasil comemora hoje, 21 de janeiro, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data, estabelecida em 2007, homenageia Mãe Gilda, sacerdotisa do Candomblé que sofreu ataques de intolerância em 1999. Este dia simboliza a luta contra o preconceito religioso e promove o respeito à diversidade de crenças no país.Lideranças religiosas de diferentes vertentes destacam a importância da data para conscientização e promoção do diálogo. Tata Danborocy, do Candomblé de Angola, enfatiza o papel da educação na desconstrução de preconceitos.
Origens e Significado da Data
O dia 21 de janeiro foi escolhido em memória de Mãe Gilda, vítima de perseguição religiosa que culminou em seu falecimento. A data não apenas homenageia sua luta, mas também representa a resistência das religiões de matriz africana e outras práticas espirituais frente ao preconceito.Tata Danborocy explica: “O estabelecimento deste dia é essencial para promover a conscientização, a tolerância e o respeito à diversidade religiosa”. Ele acrescenta que a data reforça o compromisso da sociedade em garantir o direito constitucional à liberdade religiosa.
Legislação e Combate à Discriminação
A deputada Leci Brandão (PCdoB) é autora da Lei nº 17.157/2019, que estabelece penalidades administrativas para atos de discriminação religiosa no Estado de São Paulo. As multas podem chegar a R$ 87 mil para quem praticar atos discriminatórios.Contudo, a lei vai além das punições. Ela também visa educar e prevenir atos de intolerância, promovendo uma cultura de respeito e aceitação.
Religiões Mais Perseguidas
No Brasil, as religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, estão entre as mais perseguidas. Mãe Vanessa de Oyá, liderança da Umbanda, relata dificuldades até mesmo para encontrar espaços para prática religiosa.Mãe Luciana de Oya, do Candomblé, destaca que o preconceito tem raízes históricas: “Temos lidado com vários preconceitos, desde a proibição de culto nos lugares sagrados até pedradas e xingamentos”.
Ações para Combater a Intolerância
Lideranças religiosas oferecem sugestões para combater a intolerância:
- Educar-se sobre outras religiões
- Praticar o respeito e o diálogo
- Denunciar casos de discriminação
- Participar de eventos inter-religiosos
- Ensinar tolerância às novas gerações
Monge Ryozan Sensei, do Budismo, enfatiza: “Todas as religiões são meios para nos tornarmos generosos, sábios, compassivos e solidários”.
Desafios e Perspectivas
O combate à intolerância religiosa enfrenta desafios como o racismo estrutural e a desinformação. Portanto, a conscientização e a educação são fundamentais para promover uma sociedade mais inclusiva e respeitosa.Mãe Luciana de Oya ressalta a importância da responsabilização legal: “O respeito entre as religiões vai acontecer também quando houver as criminalizações quando há ataques de um credo a outro”.
Entenda o caso: Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
- Data: 21 de janeiro
- Origem: Homenagem à Mãe Gilda, vítima de intolerância religiosa
- Objetivo: Promover respeito e diálogo inter-religioso
- Religiões mais afetadas: Matriz africana (Candomblé, Umbanda)
- Ações de combate: Educação, denúncias, eventos inter-religiosos
- Legislação: Lei nº 17.157/2019 (SP) pune discriminação religiosa
Com informações de TVT News