Brasília – O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia que aponta o envolvimento direto do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, na articulação de um golpe de Estado. Segundo a PGR, Nogueira buscou apoio dos comandantes militares para invalidar o resultado das eleições presidenciais.
A investigação indica que Nogueira apresentou uma minuta golpista aos líderes das Forças Armadas, solicitando apoio para contestar a derrota de Jair Bolsonaro. O general Freire Gomes, do Exército, e o tenente-brigadeiro Carlos Baptista Junior, da Aeronáutica, confirmaram o episódio à Polícia Federal. Posteriormente, Nogueira voltou a debater o tema em reunião restrita, reforçando sua intenção de invalidar as eleições.
PGR destaca tentativa de golpe
O procurador-geral afirmou que a insistência do ex-ministro em um decreto inconstitucional demonstra sua integração no plano golpista. Segundo a PGR, um ministro da Defesa não convoca os comandantes militares para discutir um documento dessa natureza sem o objetivo de incentivar uma ruptura institucional.
Gonet destacou ainda que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento da trama, mas liderou as articulações para concretizá-la. Essa evidência reforça a tese de que a tentativa de golpe não foi um ato isolado, mas parte de um plano coordenado dentro do governo.
Depoimentos reforçam acusação
Os depoimentos colhidos pela Polícia Federal apontam que Nogueira foi um dos principais articuladores do movimento golpista. O general Freire Gomes relatou pressão para que os comandantes das Forças Armadas apoiem a ruptura institucional. Já o tenente-brigadeiro Baptista Junior confirmou que o tema foi tratado em reunião reservada no Ministério da Defesa.
De acordo com a investigação, Nogueira tentou criar um ambiente favorável ao golpe, contando com a adesão de setores das Forças Armadas e do governo. Contudo, parte da cúpula militar rejeitou o plano, resultando no seu fracasso.