Rio de Janeiro – 10 de março de 2025 – O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, declarou nesta segunda-feira (10) que considera inaceitável a indicação de Eduardo Bolsonaro para a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Segundo Lindbergh, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro já usou seu mandato para conspirar contra o Brasil e não pode assumir tal posição. Para ele, a tentativa de Eduardo de influenciar a política externa brasileira com apoio da extrema-direita e de governos estrangeiros configura um risco à soberania nacional.
Lindbergh criticou ainda as articulações feitas por Eduardo Bolsonaro com parlamentares dos EUA e o apoio ao governo de Donald Trump. Ele argumentou que essas ações representam uma ameaça aos interesses do Brasil e afirmou que o PT irá resistir à indicação do deputado, classificando suas ações como crime de lesa-pátria.
Resistência do PT à nomeação de Eduardo Bolsonaro
O deputado Lindbergh Farias se manifestou nas redes sociais, ressaltando que o comportamento de Eduardo Bolsonaro nos últimos anos demonstra desrespeito à justiça brasileira e aos interesses nacionais. “Não podemos aceitar que ele use o parlamento para atacar o Brasil e suas instituições,” declarou Lindbergh.
A possível nomeação de Eduardo Bolsonaro à presidência da comissão é parte das negociações internas da Câmara. O PL, maior partido da Casa, busca garantir cargos de liderança nas comissões para membros de seu partido. Entretanto, o PT, que ocupa a segunda maior bancada, se opõe com firmeza a essa escolha, defendendo que Eduardo Bolsonaro continue com suas ações contra a soberania do Brasil.
Denúncia à Procuradoria-Geral da República
Lindbergh e outros membros do PT, como o deputado Rogério Correia, já apresentaram uma notícia-crime contra Eduardo Bolsonaro à Procuradoria-Geral da República (PGR). O pedido de investigação acusa o deputado de crimes contra a soberania nacional, em razão de suas ações em apoio à extrema-direita e a Donald Trump.
Além disso, Lindbergh solicitou a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro para evitar que ele deixe o Brasil enquanto a investigação segue. O PT considera as articulações do deputado, como seu apoio a uma possível restrição de entrada de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos Estados Unidos, uma medida que prejudica diretamente o país.
A guerra política nas comissões
As comissões da Câmara dos Deputados têm um papel fundamental na aprovação de leis e na análise de projetos importantes para o país. Com a disputa de poder nas comissões, o PL espera garantir a presidência da Comissão de Relações Exteriores para Eduardo Bolsonaro, que tem defendido políticas alinhadas à direita e ao governo Donald Trump.
Contudo, essa nomeação gera tensões no Congresso, especialmente entre os membros do PT, que veem as ações de Eduardo Bolsonaro como um perigo à soberania e à democracia brasileira. “Não podemos permitir que ele tenha controle sobre a política externa do Brasil,” afirmou Lindbergh, em um tom de alerta para o risco da indicação.
