Assassinos de Moïse Kabagambe são condenados a 23 e 19 anos de prisão

Tribunal do Rio de Janeiro condena acusados por homicídio triplamente qualificado
15 de março de 2025
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Foto: reprodução
Foto: reprodução

Rio de Janeiro O Tribunal do Júri condenou Fábio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca pelo assassinato do jovem congolês Moïse Kabagambe.

O crime ocorreu em 24 de janeiro de 2022, quando a vítima foi espancada até a morte em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Aleson recebeu pena de 23 anos e sete meses de reclusão, enquanto Fábio foi condenado a 19 anos e seis meses, ambos em regime fechado. As defesas dos condenados anunciaram que vão recorrer da decisão.

Julgamento durou dois dias

O julgamento teve duração de dois dias e incluiu depoimentos de seis testemunhas, apresentação de novas provas e sustentações da acusação e da defesa. O Ministério Público destacou a extrema violência do crime, exibindo imagens que mostraram Moïse sendo brutalmente agredido por cerca de 13 minutos. A Promotoria ressaltou que os assassinos desferiram mais de 40 golpes na vítima.

O promotor Bruno Bezerra enfatizou a crueldade do crime e a dor da família da vítima. “A família da vítima veio para o Brasil encontrar paz e encontrou a violência e o ódio”, afirmou.

Vídeos inéditos reforçaram acusação

Durante o julgamento, a promotora Rita Madeira apresentou imagens que reforçaram o envolvimento dos réus. Em um dos vídeos, Brendon Alexander Luz da Silva, outro réu que será julgado separadamente, aparece posando para uma foto enquanto aplicava um golpe em Moïse, que já estava imobilizado. Na imagem, Brendon faz um sinal de “hang loose”, demonstrando frieza e desprezo pela vida da vítima.

Outro registro mostrou Fábio Pirineus apagando imagens de seu celular após o crime e tirando uma foto do momento com o flash ativado.

Defesas alegaram legítima defesa

As defesas dos condenados alegaram que os acusados agiram para proteger um idoso que teria sido ameaçado por Moïse. A advogada Flávia Fróes, que representa Aleson, afirmou: “A motivação das agressões foi a defesa de um idoso que estava sendo atacado”.

Já a advogada Hortência Menezes, que defende Fábio, declarou que seu cliente “nunca teve a intenção de matar, mas quis proteger um idoso ameaçado”. No entanto, o Tribunal do Júri rejeitou a tese de legítima defesa e acatou os argumentos da Promotoria, que apresentou provas que desmentiam a versão dos réus.


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Emoção marcou o julgamento

Familiares de Moïse acompanharam o julgamento e se emocionaram ao assistir às imagens do crime. O irmão mais novo da vítima, de apenas 11 anos, precisou deixar a sala em alguns momentos para não presenciar cenas fortes.

A mãe de Moïse, Lotsove Lolo Lavy Ivone, comemorou a decisão: “Moïse é trabalhador, não é bandido. Tudo que disseram para sujar o nome dele foi desmentido”. O irmão Maurice Mugeny também celebrou a sentença: “O Brasil inteiro viu o que fizeram com Moïse, mataram ele de forma covarde”.

Entenda o caso Moïse Kabagambe

  • Crime brutal: Moïse foi espancado até a morte em um quiosque na Barra da Tijuca, em janeiro de 2022.
  • Investigação: Câmeras de segurança registraram a agressão e ajudaram na identificação dos agressores.
  • Julgamento: Tribunal do Júri condenou dois réus por homicídio triplamente qualificado.
  • Penas: Aleson recebeu 23 anos e sete meses de prisão; Fábio, 19 anos e seis meses.
  • Repercussão: Caso gerou mobilização e pedidos por justiça no Brasil

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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