Morre Julio Héctor Simón, pior torturador da ditadura argentina

Ex-policial, conhecido como “Turco Julián”, cumpria pena por crimes contra a humanidade
26 de março de 2025
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O torturador argentino Julio Héctor Simón, o “Turco Julián”: morto na cadeia
O torturador argentino Julio Héctor Simón, o “Turco Julián”: morto na cadeia

Buenos Aires – Julio Héctor Simón, conhecido como “Turco Julián”, morreu aos 82 anos enquanto cumpria pena por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar argentina. O ex-policial se tornou o primeiro torturador condenado após a revogação das leis de impunidade no país. Ele jamais revelou informações sobre desaparecidos ou bebês sequestrados nos centros clandestinos.

Simón ganhou notoriedade por se orgulhar dos crimes que cometeu. Durante uma entrevista em 1990, admitiu as torturas e os chamados “voos da morte”, em que presos eram lançados vivos ao mar. Em 2005, tornou-se o primeiro agente da ditadura condenado após a Suprema Corte da Argentina anular as leis que garantiam impunidade a militares envolvidos em violações de direitos humanos.

A trajetória de Simón na repressão

Simón iniciou sua carreira na Superintendência de Segurança Federal, conhecida como “Coordinación”, um dos principais órgãos de repressão clandestina do regime militar. Após um atentado do grupo Montoneros em 1976, foi transferido para o “Club Atlético”, um dos campos de tortura e extermínio da ditadura.

Lá, Simón participava ativamente das sessões de tortura e execuções. Sobreviventes relataram que ele praticava empalamentos e cometia violências sexuais contra prisioneiros. Após o fim da ditadura, continuou defendendo suas ações e insultando vítimas em entrevistas na década de 1990.

O julgamento e a condenação

Nos anos 2000, seu nome apareceu em uma série de denúncias que levaram à anulação das leis de impunidade. Ele foi condenado pelo sequestro e tortura de José Poblete e Gertrudis Hlaczik, além da apropriação de sua filha recém-nascida, Claudia, entregue ilegalmente a um casal de militares.

A decisão da Suprema Corte, conhecida como “Fallo Simón”, foi histórica. Ela abriu caminho para a responsabilização de outros criminosos da ditadura, resultando em várias condenações por crimes de lesa-humanidade. Simón passou seus últimos anos na prisão de Campo de Mayo e teve pedidos de prisão domiciliar negados.


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Entenda o caso Turco Julián e a ditadura argentina

  • Quem foi Julio Héctor Simón? Ex-policial argentino envolvido em torturas e execuções durante a ditadura militar.
  • O que ele fez? Cometeu crimes contra prisioneiros políticos, incluindo torturas e desaparecimentos forçados.
  • Por que foi condenado? Pela participação na repressão e pela apropriação ilegal de bebês de vítimas do regime.
  • O que foi o “Fallo Simón”? Sentença que anulou as leis de impunidade e permitiu a responsabilização de agentes da ditadura.

Com informações do Diário do Centro do Mundo

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