Almirante Garnier foi chamado por Bolsonaro para discutir decreto golpista

Advogado do ex-comandante da Marinha nega envolvimento em plano de golpe
27 de março de 2025
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Almirante Almir Garnier e Jair Bolsonaro - Foto: reprodução
Almirante Almir Garnier e Jair Bolsonaro - Foto: reprodução

Brasília – O advogado Demóstenes Torres, que representa o almirante Almir Garnier, afirmou que o ex-comandante da Marinha foi convocado por Jair Bolsonaro em duas ocasiões para tratar de um decreto relacionado a um suposto golpe de Estado. Em entrevista à GloboNews, Torres negou que seu cliente tenha oferecido tropas ou participado de movimentações militares com intenção de romper a ordem democrática.

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Segundo o advogado, Bolsonaro apresentou o decreto, mas não houve consenso entre os presentes sobre a viabilidade ou execução do plano. “Não há qualquer prova de que o almirante tenha colocado tropas à disposição”, afirmou Torres, reforçando que as reuniões ocorreram de maneira institucional.

Reuniões e questionamentos

O advogado explicou que Bolsonaro convocou Garnier duas vezes, e uma terceira reunião aconteceu com a presença do ministro da Defesa. Durante esses encontros, o então presidente teria discutido a possibilidade de um decreto, mas sem avanço em qualquer diretriz concreta.

A jornalista Julia Duailibi questionou o motivo pelo qual Garnier não teria reportado o conteúdo das reuniões. Torres respondeu que seu cliente agiu dentro dos limites de sua função e evitou qualquer envolvimento em discussões políticas. “O que houve foi apenas uma apresentação do decreto, sem debate sobre eventuais ações”, disse.

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O posicionamento do MPF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também se manifestou sobre o caso. Ele afirmou que o comandante da Marinha não participou da reunião em que o decreto foi tratado, contrariando versões que apontam sua presença.

De acordo com Torres, a reunião se limitou à apresentação dos “considerandos” do decreto, sem que medidas concretas fossem decididas. “Eles ficaram de discutir depois, mas nada foi definido”, destacou o advogado.


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Divergências sobre os fatos

Apesar de Freire Gomes e outras fontes apresentarem informações contrárias, Torres sustenta que as acusações contra Garnier não têm fundamento. “Freire Gomes não disse isso, e é importante lembrar que o próprio Paulo Gonet esclareceu que o comandante da Marinha não estava lá”, concluiu.


Entenda o caso: Almirante Garnier e o suposto plano golpista

  • Convocação de Bolsonaro: O ex-presidente chamou o almirante para reuniões sobre um decreto controverso.
  • Negação da defesa: Advogado afirma que não houve oferta de tropas ou adesão ao suposto golpe.
  • Divergências no relato: Procurador Paulo Gonet nega presença de Garnier na reunião sobre o decreto.
  • Depoimentos conflitantes: Fontes como Freire Gomes apresentam versões diferentes do caso.

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