PGR pede prisão domiciliar para bolsonarista Débora Rodrigues, pichadora do “perdeu, mané”

Abolicionista do Estado Democrático de Direito, acusada por atos golpistas, pode cumprir pena em casa.
28 de março de 2025
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© Joedson Alves/Agencia Brasil
© Joedson Alves/Agencia Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou nesta sexta-feira (28) favorável à concessão de prisão domiciliar para Débora Rodrigues dos Santos, acusada de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Débora, identificada como bolsonarista, foi flagrada pichando a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante os protestos. A manifestação da PGR ocorreu por meio de parecer enviado ao STF.

O parecer, que rejeita o pedido de liberdade feito pela defesa de Débora, sugere que a prisão preventiva seja substituída pela prisão domiciliar, levando em conta que a ré tem filhos menores de 12 anos e que as investigações da Polícia Federal sobre o caso foram concluídas. Débora já havia reconhecido a ilegalidade de seus atos em depoimento à Justiça, afirmando que “feriu o Estado Democrático de Direito” e pediu perdão pelos protestos.

PGR mantém acusação contra Débora

Apesar do pedido de prisão domiciliar, a Procuradoria-Geral da República reafirma a acusação contra Débora, sustentando que ela se uniu ao movimento golpista que tentava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as provas apresentadas, consta uma declaração da própria ré sobre sua participação em acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Esse local servia como ponto de encontro para grupos favoráveis a uma intervenção militar, medida inconstitucional e que contraria o Estado Democrático de Direito.

A defesa de Débora Rodrigues argumenta que ela não representa mais risco, já que as investigações estão encerradas e não há mais risco de interferir nas provas do caso. Contudo, a PGR considera que, apesar do reconhecimento de sua participação, os atos de Débora devem ser punidos, pois envolvem crimes graves contra a ordem constitucional do Brasil.


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Julgamento no STF e consequências

O caso de Débora Rodrigues teve nova repercussão na semana passada, quando a Primeira Turma do STF iniciou o julgamento de sua acusação. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação de Débora a 14 anos de prisão. Essa posição foi acompanhada pelo ministro Flávio Dino. Contudo, o julgamento foi suspenso após um pedido de vista feito pelo ministro Luiz Fux, que destacou a necessidade de revisar a dosimetria da pena.

Entenda o caso

  • Quem é Débora Rodrigues?
    Débora Rodrigues dos Santos é uma cabeleireira acusada de participar dos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023. Ela foi flagrada pichando a estátua “A Justiça”, localizada em frente ao STF.
  • Quais crimes Débora responde?
    A ré enfrenta acusações de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.
  • O que a PGR pediu?
    A Procuradoria-Geral da República solicitou a substituição da prisão preventiva de Débora por prisão domiciliar, argumentando que ela tem filhos menores e que as investigações foram concluídas.
  • Qual a situação do julgamento?
    O julgamento no STF ainda está em andamento. O relator, Alexandre de Moraes, votou pela condenação a 14 anos, mas a decisão foi suspensa após um pedido de vista do ministro Luiz Fux.

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