Lyon, time dono do Botafogo, é rebaixado na França

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John Textor, dono da SAF do Botafogo - Foto: Vítor Silva/Botafogo
John Textor, dono da SAF do Botafogo - Foto: Vítor Silva/Botafogo

O bilionário John Textor, dono do Botafogo e de outros clubes ligados ao grupo Eagle Football, foi alvo de novo revés no futebol europeu. Nesta terça-feira (24), o Lyon, clube francês sob seu controle, foi rebaixado administrativamente pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) devido a irregularidades financeiras persistentes.


Lyon é rebaixado apesar de terminar em 6º lugar na Ligue 1

Mesmo após encerrar o Campeonato Francês na 6ª colocação, com vaga garantida na Liga Europa, o Lyon foi punido por não apresentar garantias mínimas exigidas de 100 milhões de euros para a temporada 2025/2026.

A DNCG, órgão que regula e fiscaliza a saúde financeira dos clubes na França, entendeu que o plano de reestruturação apresentado por Textor era incompleto, inconsistente e baseado em promessas futuras sem liquidez imediata.

O clube já havia sido impedido de contratar na janela de transferências de janeiro, e agora enfrentará a realidade de disputar a segunda divisão francesa, a Ligue 2, mesmo com um elenco projetado para competições europeias.


Textor vende ativos, mas fracassa em convencer reguladores

Diante da iminência da punição, John Textor lançou uma ofensiva financeira para salvar o clube. Nos últimos meses, promoveu:

  • A venda de sua participação no Crystal Palace por cerca de R$ 1,4 bilhão;
  • A negociação de jogadores do Lyon para grandes clubes europeus — como Cherki para o Manchester City e Caqueret para o Como;
  • Uma promessa de abertura de capital na bolsa de Nova York para levantar fundos.

Mesmo assim, a DNCG considerou os esforços insuficientes e tardios. “Estávamos confiantes de que a queda não se concretizaria”, disse Textor em coletiva no final de 2024, ainda apostando em reverter o quadro.


Botafogo observa de longe, mas cenário preocupa

No Brasil, a situação chama atenção pela ligação direta com o Botafogo, clube que também faz parte do império multiclubes de Textor. Embora não haja relação jurídica entre as finanças das duas instituições, a instabilidade crescente do empresário coloca em alerta torcedores e investidores alvinegros.

O clube carioca vive um momento irregular na temporada 2025 e já enfrentou atrasos em repasses internos, além de dúvidas sobre o real comprometimento da SAF com o planejamento de longo prazo.

A reestruturação no Lyon indica dificuldades sistêmicas na Eagle Football, conglomerado que também controla o Molenbeek (Bélgica) e o RWDM, além de participação anterior no Crystal Palace (Inglaterra).


O Diário Carioca analisa

A queda do Lyon por razões financeiras não é apenas um tropeço administrativo — é um alerta sobre os riscos do modelo SAF sob controle de conglomerados globais com promessas bilionárias e garantias frágeis.

John Textor, que chegou ao futebol brasileiro prometendo transformar o Botafogo em potência, agora enfrenta seu primeiro grande colapso estrutural no velho continente. O que era vendido como um projeto de integração internacional e troca de talentos se mostra vulnerável à falta de liquidez, má gestão e previsões superestimadas.

Se não houver revisão profunda das práticas de governança em seu grupo, o efeito dominó pode atravessar o Atlântico e impactar também o futebol brasileiro.


FAQ – Perguntas Frequentes

O rebaixamento do Lyon afeta diretamente o Botafogo?

Não juridicamente, mas indiretamente sim, pois ambos fazem parte do mesmo grupo empresarial. A crise no Lyon pode gerar instabilidade e falta de investimento em outros clubes do conglomerado.

John Textor ainda tem outros clubes?

Sim. Ele comanda a Eagle Football, que inclui o Botafogo (Brasil), o Molenbeek (Bélgica) e o Lyon (França). Vendeu sua parte no Crystal Palace (Inglaterra) recentemente.

Por que o Lyon foi rebaixado mesmo indo bem no campeonato?

Porque descumpriu as exigências financeiras da DNCG, órgão que regula as contas dos clubes. No futebol francês, rebaixamentos administrativos são comuns em casos de desequilíbrio fiscal.