Barretos – 24 de agosto de 2025 – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), atacou novamente o Judiciário ao sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível e em prisão domiciliar por envolvimento na trama golpista.
Durante discurso na Festa do Peão de Barretos, Tarcísio afirmou que o ex-mandatário sofre uma “grande injustiça” e insinuou que a “verdadeira justiça” ainda virá.
Defesa pública de Bolsonaro
No palco da tradicional festa sertaneja, Tarcísio exaltou sua ligação pessoal com Bolsonaro:
“Fez tudo por mim, me abriu portas e está passando por uma grande injustiça. Agora, se a humilhação traz tristeza, o tempo vai trazer justiça, eu tenho certeza que a justiça chegará.”
A fala ecoa a narrativa central da extrema direita, que tenta deslegitimar as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Justiça Eleitoral, responsáveis por tornar Bolsonaro inelegível e responsabilizá-lo pela conspiração golpista de 8 de janeiro.
Palco político em Barretos
Além de Tarcísio, os governadores Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil) participaram do evento, reforçando a articulação entre líderes conservadores e ultraliberais. O ambiente de festa popular foi transformado em palanque político para atacar instituições e mobilizar a base bolsonarista.
A ausência da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi notada. Segundo a Folha de S. Paulo, Tarcísio esperava encontrá-la para articular movimentos da extrema direita de olho nas eleições de 2026. A frustração expõe divisões internas e disputas pela liderança do campo bolsonarista.
Tarcísio se projeta como herdeiro
Ao adotar a defesa incondicional de Bolsonaro, Tarcísio busca se consolidar como herdeiro político do ex-presidente. Sua estratégia mira a base bolsonarista, mas o coloca em rota de colisão com o Judiciário, repetindo a retórica de confronto que já levou Bolsonaro à condenação.
O discurso de Tarcísio em Barretos reafirma a ofensiva contra as instituições democráticas, com ataques calculados ao Judiciário e defesa de um ex-presidente condenado. A movimentação revela a tentativa de manter o bolsonarismo vivo, ainda que ancorado em narrativas de vitimização e confronto.

