A Operação Carbono Oculto, que desmantela o esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis, estende-se agora a políticos de alto escalão de partidos à direita, revelou o colunista Lauro Jardim, do O Globo. O esforço integrado da Polícia Federal, Ministério Público de São Paulo, Receita Federal e Gaeco executou mais de 400 mandados em oito estados, incluindo prisões, buscas e bloqueio de R$ 3,2 bilhões em bens.
Políticos de partidos de direita no foco da operação
Segundo Jardim, a investigação não atinge todos os políticos, mas aqueles no topo de partidos mais à direita. “Políticos do Centrão estão com a respiração presa”, afirmou. O movimento demonstra que a ação ultrapassa empresários e operadores financeiros, buscando responsabilizar atores políticos que possivelmente facilitaram a lavagem de dinheiro.
O esquema criminoso envolvia fintechs, fundos de investimento e uma rede de postos de combustíveis, permitindo ao PCC movimentar recursos estimados em R$ 140 bilhões. A investigação detectou manipulação direta de fundos e operações comerciais em dez estados, atingindo até mil postos de combustíveis.
Estrutura do esquema e operação histórica
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou a ofensiva como “a maior da história contra o crime organizado” no país. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as fraudes configuram uma verdadeira “refinaria do crime”, em que o PCC e aliados do setor financeiro controlavam tanto a importação quanto a distribuição de combustíveis, integrando lavagem de dinheiro em larga escala.
O bloqueio de R$ 3,2 bilhões em bens e a execução de 400 mandados judiciais refletem a complexidade e sofisticação do esquema, que depende de conexões entre facções criminosas, setores empresariais e políticos.
Impacto político e institucional
Especialistas afirmam que a inclusão de políticos de direita de alto escalão evidencia uma das investigações mais abrangentes contra a confluência entre crime organizado e poder político no Brasil. O alcance da operação reforça a necessidade de transparência, fiscalização e integração entre órgãos de segurança, como forma de impedir que organizações criminosas se beneficiem de brechas políticas e financeiras.
O esforço conjunto entre Polícia Federal, Ministério Público, Receita Federal e Gaeco cria um modelo estratégico de combate que alia investigação financeira, rastreamento de recursos e responsabilização política, marcando um novo padrão de enfrentamento do crime organizado no país.