O ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi internado nesta quarta-feira (15) no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, após passar mal durante o dia.
Segundo a assessoria da Corte, o magistrado apresentou suspeita de virose e permanecerá em observação durante a noite.
Estado de saúde
De acordo com a nota divulgada pelo STF, Barroso foi levado ao pronto-socorro do hospital, onde passou por exames clínicos e laboratoriais. O quadro é considerado estável, e a internação ocorre por precaução.
Aposentadoria publicada no Diário Oficial
Coincidentemente, nesta mesma quarta-feira foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a aposentadoria antecipada de Barroso. O ministro, de 67 anos, deixa o cargo oficialmente no próximo sábado (18).
Com sua saída, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá indicar o novo ministro do STF, mas não há prazo definido para o anúncio.
Barroso poderia permanecer na Corte até 2033, quando completaria 75 anos — idade-limite para a aposentadoria compulsória de ministros do Supremo.
Trajetória no Supremo
Luís Roberto Barroso foi nomeado para o STF em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Durante mais de uma década no tribunal, ganhou destaque por votos e posições marcantes em temas de direitos fundamentais, como união homoafetiva, aborto de fetos anencéfalos e demarcação de terras indígenas.
Em 2023, Barroso assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal, sucedendo a ministra Rosa Weber. Sua gestão foi marcada por uma agenda de reconciliação institucional e pela defesa do fortalecimento da democracia e das instituições republicanas.
Próximos passos
Com a aposentadoria de Barroso, o STF passa a ter dez ministros até a nomeação do novo integrante. A escolha caberá a Lula, que já indicou dois nomes para a Corte: Cristiano Zanin e Flávio Dino.
A substituição deve seguir o rito constitucional, com indicação presidencial, sabatinagem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aprovação pelo plenário do Senado Federal.
Contexto
Barroso deixa o Supremo após uma carreira marcada pela defesa de pautas progressistas e pela atuação em casos de grande repercussão nacional, como o combate às fake news, a defesa do sistema eleitoral brasileiro e a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2020.

