Protestos no Peru

O Peru vive uma nova onda de protestos liderada pela Geração Z (nascidos entre o final dos anos 1990 e início dos 2010), pouco depois do impeachment da ex-presidente Dina Boluarte. As mobilizações, organizadas principalmente por redes sociais como TikTok e X, tomaram as ruas de Lima e de outras cidades peruanas para exigir mudança política e combate à criminalidade crescente.

Na última quarta-feira (15), os confrontos com a polícia deixaram um homem de 32 anos morto nas manifestações, além de mais de 100 feridos, entre civis e agentes de segurança. A vítima, identificada como Eduardo Ruiz Sáenz, artista de hip hop, tornou-se símbolo do movimento e da crise que abala o país.

Contexto político e social

O presidente interino do Peru, José Jerí, do partido conservador Somos Peru, assumiu após a destituição de Boluarte por “incapacidade moral permanente”, num intervalo de sete líderes em oito anos. A juventude peruana acusa o Congresso de ser uma “elite envelhecida” e desconectada das demandas sociais, e reivindica um presidente com ficha limpa.

Além da pressão política, o país enfrenta aumento da violência urbana, com extorsões, assaltos e ataques frequentes a transporte público, além de escândalos de corrupção que fragilizam a confiança da população no governo.

A repressão policial tem se intensificado, com uso de gás lacrimogêneo e força contra manifestantes. O ataque a integrantes da banda de cumbia Agua Marina dentro de uma instalação militar, que feriu quatro músicos, exemplifica o colapso na segurança pública. O descontentamento social permanece elevado e a insegurança é crescente no cotidiano dos peruanos.

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JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.