O Senado Federal instalou a CPI do Crime Organizado para apurar a atuação de milícias e facções criminosas nos estados brasileiros. A comissão conta com 11 titulares, incluindo nomes de destaque como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O colegiado terá mandato inicial de 120 dias, podendo ser prorrogado conforme a necessidade dos trabalhos.
Composição e disputa interna da CPI
O Partido dos Trabalhadores indicou para titulares os senadores Rogério Carvalho e Jaques Wagner, enquanto Fabiano Contarato, com experiência como delegado, foi para a suplência. Outros titulares confirmados são Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do pedido que culminou na criação da CPI, Marcos do Val (Podemos-ES), Otto Alencar (PSD-BA), Nelsinho Trad (PSD-MS), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Magno Malta (PL-ES).
Nas suplências aparecem Marcio Bittar (PL-AC), Zenaide Maia (PSD-RN) e Eduardo Girão (Novo-CE). O Republicanos ainda não oficializou suas indicações, mantendo duas vagas de suplentes em aberto. A definição da presidência e da relatoria, cuja disputa inclui o senador Alessandro Vieira, está em negociação com base na representação partidária.
Foco investigativo e contexto social
A CPI buscará dissecar a estrutura e o modus operandi do crime organizado, sobretudo as milícias e facções que afetam diretamente a segurança pública em vários estados. De acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a comissão pretende mapear e compreender as redes criminosas que operam em âmbito nacional, revelando suas conexões e estratégias.
A pressão para a criação da CPI aumentou diante da violenta operação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que resultou em mais de cem mortes, segundo dados oficiais do governo estadual. A Defensoria Pública contabilizou inicialmente 132 óbitos, evidenciando o estado crítico da luta contra o crime organizado na metrópole.
Estrutura e ações da CPI
| Elemento | Descrição |
|---|---|
| Objetivo | Investigar milícias e facções, além de relações políticas |
| Tempo de atuação | Mandato inicial de 120 dias, sujeito a prorrogação |
| Participantes | 11 titulares e 7 suplentes, nomes de diferentes partidos |
| Expectativa | Revelação de esquemas, abusos e ações criminosas coordenadas |
| Impacto social | Fortalecimento da legislação e segurança pública |
A comissão deverá trabalhar em colaboração com outras frentes parlamentares, promovendo cruzamento de dados que permitam identificar conexões e responsabilizar envolvidos.
Consequências políticas e avaliação crítica
A escolha de titulares como Flávio Bolsonaro e Sergio Moro cria tensão e expectativa, dada a exposição pública e as controvérsias envolvendo ambos no debate sobre segurança e justiça. A participação dessas figuras reforça a importância política da CPI, mas também levanta questionamentos sobre a parcialidade e a profundidade das investigações.
É crucial acompanhar o desenvolvimento da comissão para verificar se seu trabalho promoverá avanços efetivos no combate ao crime organizado, além de garantir transparência e rigor investigativo.


