A vereadora Thais Ferreira (Psol) do Rio de Janeiro começou a receber proteção oficial da Câmara Municipal após ameaças de morte motivadas por sua crítica à operação policial realizada em 28 de outubro nos complexos do Alemão e Penha, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. A proteção foi acionada após registro policial e ofício à Mesa Diretora.
A escalada de violência verbal contra a vereadora Thais Ferreira (Psol) refletiu o clima tenso que ronda a segurança pública no Rio. Desde as duras críticas feitas à operação policial nos complexos do Alemão e Penha, em 28 de outubro de 2025, a parlamentar enfrentou uma série de ameaças graves. A ação policial deixou 121 mortos, sendo quatro agentes de segurança, fato que gerou repercussão e indignação amplas.
O Gabinete da vereadora registrou ocorrência na delegacia em 30 de outubro, denunciando ataques virtuais repletos de conteúdos misóginos, racistas e explícitas ameaças de morte. Em 5 de novembro, a vereadora enviou um ofício formal à Mesa Diretora da Câmara solicitando medidas urgentes. Os ataques incluíam mensagens que insistentemente afirmavam “ela deveria ser morta”, “a próxima vítima” e xingamentos ofensivos ligados à cor e aparência da parlamentar.
Além dessas mensagens diretas, havia discursos de ódio que associavam a defesa dos direitos humanos às figuras tratadas como inimigas públicas. Comentários como “defensor de traficante é vala” e desejos de que ela “vá junto para o inferno” ilustram o nível agressivo do ambiente virtual que se refletiu na vida real da vereadora.
A Mesa Diretora da Câmara Municipal respondeu prontamente e ordenou medidas emergenciais, que incluíram a designação de escolta por um servidor da Casa Legislativa para acompanhar a vereadora em todos os compromissos oficiais. A Câmara também tornou público seu posicionamento em defesa da segurança e da liberdade de expressão da parlamentar.
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Solicitou-se ainda ao governo do Estado do Rio reforço na proteção da vereadora, bem como celeridade nas investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e pela Polícia Civil, visando a identificação dos responsáveis pelas ameaças.
A escolta formaliza a proteção, mas o gabinete da vereadora destaca a necessidade de estendê-la à família, já que as ameaças persistem, atingindo diretamente pessoas próximas. Este cenário evidencia não só um ambiente hostil às vozes dissidentes como um grave problema de segurança pública e respeito democrático no Rio de Janeiro.
Este caso escancara o perigo enfrentado por representantes políticas que lutam contra o autoritarismo e as violações de direitos humanos. Ao mesmo tempo, revela fragilidades institucionais no enfrentamento da violência política e na proteção de agentes públicos ameaçados por exercer o mandato com compromisso social e ético.
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