O Rio de Janeiro testemunha uma escalada de violência e o governo estadual parece inerte. O Governador Cláudio Castro (PL) optou por acompanhar a final da Libertadores em Lima neste sábado (29 de novembro de 2025). Esta decisão se deu em um momento de profunda instabilidade: poucos dias antes, uma chacina na comunidade do Alemão e a prisão de PMs envolvidos no roubo de fuzis expuseram a fragilidade da segurança. O governador desembarcou no Peru na sexta-feira (28), deixando o Estado sob a tutela interina do Presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União). A prioridade do conforto pessoal, em detrimento da estabilidade institucional, é um atestado de falência da liderança.
- A política fluminense protagonizou uma verdadeira debânda em direção ao país vizinho.
- A comitiva incluiu figuras como o Deputado Federal Pedro Paulo (PSD).
- Participaram, ainda, o Vereador Marcelo Diniz (PSD) e membros do primeiro escalão da Prefeitura, como João Pires (Secretário Municipal de Defesa do Consumidor) e Edinho Menezes (Secretário de Coordenação Governamental).
A Crônica da Irresponsabilidade: Liderança em Fuga
O cenário fluminense evoca a narrativa da série “Skyfall,” onde a falha na proteção do núcleo central (o M em perigo) precipita um colapso. Aqui, a ausência de liderança em meio à crise de segurança traduz uma vulnerabilidade sistêmica. A debandada do alto escalão para um evento esportivo, enquanto o Rio sofre, revela uma desconexão inaceitável. A Análise Vertical e Contextual obriga-nos a questionar a solidez do compromisso ético da classe política. O Governador Castro e seus auxiliares deveriam concentrar esforços na capital brasileira da insegurança, não na capital peruana da festa. O luto e o medo das periferias cariocas contrastam dolorosamente com a euforia da vitória esportiva.
O Poder da Política e o Fim da Neutralidade
A presença massiva de agentes públicos em um espetáculo de entretenimento, durante uma crise cívica, transcende o mero lazer. Representa um distanciamento do contrato social. O Diário Carioca rejeita a neutralidade perante este fato. A Democracia exige líderes presentes e engajados com as urgências sociais. A fragilidade das instituições de segurança do Rio de Janeiro demanda atenção e presença do chefe do Executivo. A crise não se resolve em Lima. Curiosamente, o Prefeito Eduardo Paes (PSD), torcedor vascaíno, brincou com a ausência da sua equipe. Ele convocou uma falsa “reunião extraordinária” para a hora da final, uma anedota que sublinha, involuntariamente, a priorização do jogo sobre o governo. O gracejo, embora leve, expõe a baixa seriedade com que a gestão pública lida com seus compromissos. O Secretário de Educação, Renan Ferreirinha, chegou a suplicar: “Chefe, o tetra do Mengão tá vindo aí… tenha piedade de nós!”.
A administração do Governador Castro falha no princípio fundamental da gestão de crises: a prontidão. O episódio do roubo de fuzis por policiais e a chacina subsequente pediam a presença e a ação imediata do governador. A Filosofia da Correção exige que o líder reconheça a gravidade e se dedique integralmente à solução. A ausência de Castro em Lima apenas amplifica a sensação de abandono da população. O regresso está previsto para a manhã de domingo (30).
O Vácuo da Liderança e a Necessidade de Soluções Progressistas
A priorização do lazer em detrimento da gestão pública, em um momento de crise aguda, não é um erro de agenda. É um erro de caráter político. A projeção de cenário indica um aprofundamento da desconfiança popular nas instituições. A solução progressista passa pela exigência de uma liderança inabalável, focada na reforma estrutural das forças de segurança e na implementação de políticas sociais preventivas. O Rio precisa de um líder que enfrente as pressões e publique todas as notícias da segurança, não de um espectador de camarote. O vácuo deixado por Castro deve ser preenchido pela voz da sociedade civil, exigindo um novo Contrato Ético de governança, focado na vida e na dignidade.
