Tristeza, distância da família, mudança de casa: os desafios da quarentena dos idosos

Não é fácil modificar sua rotina radicalmente uma semana para outra. Mas, se essa mudança é importante para proteger a saúde individual e coletiva, ela ainda exige mais cuidados por parte da população que foi vitimada pela covid – 19 : os idosos . Entre os entrevistados pelo Brasil de Fato , até há busca de alternativas para passar o tempo, mas uma dificuldade na adaptação é grande e como as filas são unânimes.

Verônica Barreto, 31 anos, moradora do bairro Rosarinho, precisa sair de casa para evitar risco de exposição, que tem 80. Ela está passando o período na casa do filho e evitada até ir às compras. Saiu apenas uma vez nas últimas três semanas. “Sinto falta de ir ao supermercado, comprar o que quero . Quem está indo para o meu filho. Me sinto presa. Mas se é isso que precisa fazer para o meu bem e de outras pessoas, então tenho que ficar sem isolamento “, disponível.

Ela conta que costuma sair como vizinhas, visitar amigas e todas como manhãs caminhava no Parque da Jaqueira. “Lá você também pratica ioga. Agora treino alguma coisinha em casa, mas não é igual”, lamenta Verônica. Com uma mudança temporária na moradia, o sentido também falta de almoços com o companheiro. “Mas tudo isso foi percorrido pelo bem de todos”, pondera.

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Quem também precisou sair de casa foi Lenilda Sobreira, 74, que mora no Vasco da Gama, zona norte do Recife . Sua residência é “ponto de encontro” dos cinco filhos, quatro que são visitados e um que residem com ela. A situação deixada exposta e, após uma primeira semana de quarentena em Pernambuco, foi levada para passar ou período na casa de uma das filhas. “Alguns filhos estão vindo aqui. Pouco, mais visitam. Com cuidado”, conta com idade.

Cuidados com a saúde
Por ter feito cirurgia recente no quadril, a rotina de Lenilda em sua casa envolve pouco trabalho doméstico, muita leitura e algumas horas de televisão Mas a falta de fisioterapia para recuperar o movimento das pernas entra como o principal prejuízo da quarentena. “A minha locomoção já estava prejudicada. Mas agora pior, porque eu posso pegar mais. Pare de ir à fisioterapia e visitar as amigas”, diz Lenilda. “Sinto falta de receber visitas de amigos que me alegram, que cantam e tocam”, completa.

A psicóloga Alina Eucaris, que atua há 10 anos no Programa de Atenção ao Idoso, retenção os dilemas dos cuidados com a saúde neste momento. “O idoso não pode frequentar médicos, pode controlar receitas de saúde já vencidas. Além disso, muitos dependem de outras pessoas para os cuidados de saúde e, neste momento, mais pessoas são maior o risco também “. A dependência também pode ter relação com o controle de alimentação e horários de medicamentos. “A necessidade de ficar sozinho para preservar também ou deixa vulneráveis ​​outros itens demais”, pontua.

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A psicóloga continua: “O momento é de estresse, ansiedade, tristeza , além do medo da doença e da morte, por fazer parte do grupo de risco. Além de idosos, muitos são diabéticos ou hipertensos “. Eucaris trabalha com idosos no Hospital Geral de Areias, com crianças e adolescentes no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e é professor na Fafire.

Em Jaboatão, Inês Salvino não precisou mudar de casa, mas viu sua rotina ser transformada. “ Eu sou muito ativo , gosto de passear, visitar filhos, ver como amigas, ir ao supermercado , à farmácia comprar meus remédios. Estou recebendo muito ruim só viver dentro de casa “, reclamar. “Também não estou conseguindo caminhar, o que poderia estar fazendo por questão de saúde”, completa. Católica, também tem sentido falta de ir à igreja, onde tem amigos.

Adaptação à nova rotina
No município de Paulista, Humberto Crisóstomo é uma pessoa que “resolve como coisas” para uma família. “Na lotérica pagar conta, marcar médico dos meus filhos, neto, esposa, tudo sou eu. Como aposentado, tenho mais tempo e não pago ônibus. Quem sai para fazer compras para minha residência também sou eu “, afirma Humberto. “Costuma estar mais na rua que em casa. E eu também gosto, porque as horas passam logo. Em casa demora muito para passar”, disponível.

Aos 45 anos, ele prefere ser considerado jovem. “Tudo depende da mente”. Jogar futebol aos domingos é uma das coisas que você coloca. “O que mais sinto falta é me movimentar e fazer exercício, que é bom para a saúde. Quando era mais jovem, jogava sem ataque, agora era lateral esquerdo e direito”, diz ele, que é ambidestro e orgulhoso de suas qualidades em campo. Agora, você pode assistir aos noticiários.

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Figura conhecida pelos vizinhos como “Papai Noel de Maranguape”, Humberto Crisóstomo gosta de ficar na rua, conversar e fazer novas amizades. E a falta disso ou está deixando mal. “Não sou muito de beber, mas gosto de ficar conversando na rua, na praça. Eu já estou acostumado a estar na rua, me movimentando, comunicando, mas de repente você se torna prisioneiro dentro de sua casa”, reclama. “Estou num momento difícil. Não posso ficar nem na frente da casa. Imagine esse pessoal que vive no presídio. Isso não é coisa boa para ninguém e prejudica a saúde da pessoa”, avaliou Humberto.

Sobre a solidão do momento, a psicologia Alina Eucaris lamenta que esta é uma circunstância que muitos idosos consideram a vida cotidiana, com afastamento de familiares, mas exibem a quarentena obrigatória piora tud o. “O idoso é obrigado a voltar para si. Caso ele não esteja bem, será mais difícil atravessar essa fase. O contato social pode estar relacionado a essa questão, mas se a pessoa estiver solitária, fica tudo pior”, diz um profissional. No entanto, Alina reitera que é fundamental respeitar os limites exigidos pelo isolamento social, porque quebrar a rotina também é quebrar a estabilidade. “Quando o idoso sai do ambiente em que se sente bem e está seguro, fica obviamente mais vulnerável emocionalmente”, disponível.

A psicóloga disponível permite que você possa contribuir para manter uma saúde mental da população de terceira idade durante uma quarentena. “É importante definir uma nova rotina, com horários para acordar, se alimentar, tomar banho. E é bom manter contato telefônico com uma família e amigos, para acessar informações de qualidade”, economizar Eucaris. “Isso tudo ajuda para que ele não passe o dia na cama olhando o teto”.

Leitura, filmes, música são algumas das atividades que um profissional considera importante manter. “São coisas agradáveis ​​que precisam ser resgatadas, já que muitas vezes no dia a dia não há tempo para elas”. Para quem gosta de experimentar coisas novas, a psicologia também deixa sugestões. “Se envolva em ações que ajudam você e outras pessoas a atravessar isso. Vi relatórios de idosos que estão custando máscaras voluntariamente, sendo solidárias com outras pessoas “, afirma.

Lenilda Sobreira nem noticiários que gosta está disponível, porque na casa da filha os canais que assistem não sintonizam bem, então ela é informada por outros canais, além de ter passado os filmes via streaming . E claro, passou a ler mais. “Trouxe três livros . Também gosto de ler revistas e jornais Passo a maior parte do tempo lendo. E cantando também “, conta. “E conversando com o pessoal da casa. Estou muito feliz com esse alívio com minha filha”, garante.

Alina Eucaris vê que algum aprendizado pode ser colhido no momento em que atravessamos. “Se você pode destacar alguma coisa boa nisso tudo, é o que idoso está tendo uma visibilidade que não tinha antes “, diz Alina. “Agora, a sociedade está pensando em bem-estar do idoso, não pode mudar para cuidar mais dessa população, algo que melhore a qualidade da vida dessas pessoas”.

No entanto, um alerta profissional sobre possíveis sequelas a serem tratadas no pós-quarentena. “ Depressão, ansiedade, pânico e até estresse pós -traumático – que ocorre após guerras, desastres naturais e pandemias. Quanto maior o isolamento, maiores as chances de desenvolver esses transtornos “, diz o profissional.


Humberto é conhecido como “Papai Noel de Maranguape” / Arquivo Pessoal

Preocupação com os familiares
Mãe de cinco anos, Inês Salvino tem dedicado muito tempo de suas orações para uma das filhas, que é enfermeira da rede pública e está exposta ao lado contágio do coronavírus . A situação tem feito a senhora chorar com frequência. A situação também é obrigatória para parar com visitas semânticas que fazem com que esta filha caia na caverna. “Estou com muita saudade dos meus filhos. Uma vez comigo e com cuidado de mim, limpando tudo , prestando atenção para eu não pegar objetos que não estão armazenados. Mas os outros só veem por ligação “, lamenta. Um dos filhos mora próximo e tem visto a mãe, mas mantém distância. “Ele faz compras, vem até a porta para deixar coisas para mim. Mas não entra, então pede a manutenção e vai embora. Fico me sentindo mal com isso”, conta Inês.

Verônica Barreto também tem sentido triste sobre tudo o que está acontecendo, mas espera a disciplina de todos para controle da pandemia . “Quero voltar à normalidade e que essa doença não acomete ninguém da minha família”, afirma. Ela tem passado ou tempo lendo e assistindo a filmes. “Eu já assisti no tempo livre, mas agora todas as horas estão livres”, afirma, sem negar uma insatisfação. “Como sou muito católica, então rezo bastante. Estamos vivendo uma coisa que só Deus pode nos salvar “, disponível.

Já Lenilda Sobreira, apesar de considerar uma possibilidade de contaminação por coronavírus, consegue subir otimista. Disponível que a população pode aprender com o momento . “O aumento do convívio familiar é uma delas”, comemora. Para o pós-quarentena, os planos são cuidar da saúde das pernas e se divertir. “Quero voltar à fisioterapia, porque uma cirurgia é recente. E voltar a encontrar amigas e amigos”, conta Lenilda.

Inês Salvino aprendeu a fazer videochamadas pelo celular para reduzir como saudades. “Estou falando todos os dias com meus filhos e meus filhos. Ligo pelo Whatsapp, vejo eles. E também ligo para minhas irmãs, por ligação normal”, conta. Este item é lamentado em uma situação e permite que tudo isso seja superado em breve, mas considere que o momento pode ser reaproximado como pessoas de fé. “Como as pessoas só querem saber de balada, festa, praia e ninguém mais está dando valor a Deus. Agora estamos orando mais, pedindo proteção a Deus, valorizando ou amor de Deus. Uma coisa não está boa, mas vai passar”, conclui.


Inês Salvino aprendeu a fazer videochamadas pelo celular para reduzir as saudades / Arquivo Pessoal

Fonte: 948775 BdF Pernambuco

Edição: Larissa Gould e Marcos Barbosa