7 álbuns brasileiros para começar 2025

Uma simpatia a mais para exorcizar o ano morto nunca é demais
3 de janeiro de 2025
Leia em 2 minutos
'Elis & Tom' é um álbum da Elis Regina e Tom Jobim (Divulgação)
'Elis & Tom' é um álbum da Elis Regina e Tom Jobim (Divulgação)

O novo ano vai começar. Não há absolutamente nada a ser feito contra isso, só se pode fazer a favor e é aí que temos uma grande festa, o réveillon. Para garantir o restante do ano, é que se inventam as simpatias. 

Há simpatia para tudo e ao gosto do freguês, frequentemente envolvendo o número 7: são 7 as ondas que precisam ser puladas, são 7 lentilhas/sementes de romã que devem ser consumidas/guardadas, são 7 as calcinhas que devem ser usadas, ops, não, espera. Brincadeiras à parte, é fato que 2024 foi um ano especialmente cansativo e merece ser exorcizado devidamente bem como nossos chakras precisam ser realinhados e as energias recarregadas… Façamos, pois, isso com música!

Sugestões para se livrar de 2024 e encarar o ano que começa

  1. Acabou Chorare (1972)

A experimentação dos Novos Baianos nos deu esse saboroso álbum devidamente reconhecido como um dos melhores da nossa música. Acabou o ano, acabou o choro, acabou o chorare, o mistério do planeta somos nós e resta-nos imitar a menina e dançar.

  1. Canções praieiras (1954)

Fim/começo de ano é preciso estar perto do mar de qualquer maneira. A sorte de ter nascido na língua portuguesa é que pode-se fazer isso de dois modos: indo literalmente para a praia ou escutando esse álbum do Caymmi. É escutar e correr para ajudar o pescador (e o canoeiro) que cerca o peixe, bate o remo / puxa a corda, colhe a rede / ô canoeiro, puxe a rede do mar.

  1. Elis e Tom (1974)

Encerrar o ano que esse encontro de gênios completa 50 anos com esse álbum parece a opção correta. Feito inteiramente com composições do Maestro, Elis e Tom combina a pegada bossa-novista refinada com a técnica aguçada da intérprete. As águas de março ainda demoram a chegar, mas chove na roseira e em toda parte, um clima agradável, uma atmosfera que dita: Brigas nunca mais. Uma ótima promessa de ano novo.

  1. Dois amigos, um século de música (2015)

Seria difícil escolher um único álbum de Gil e de Caetano. Para isso, existe “Dois amigos”. O álbum conta com uma música inédita e alguns dos maiores sucessos da dupla Gil e Caetano em voz e violão. Cura onde dói, sara as feridas, acalenta, um primor.

  1. Os Tincoãs (1977)

Nas festas e nas frestas de fim de ano, recorre-se frequentemente ao sagrado. Afinal, é difícil mergulhar de cabeça num ano novinho em folha sozinho. Reza-se para Jesus de olho no Dia de Reis, mas no 31 de dezembro é para Yemanjá a oferta de flores. E ainda que não se professe a mesma fé, não deixa de ser bonito apreciar o sagrado do outro e que a gente encontra magistralmente registrado neste álbum em que “Cordeiro de Nanã” é apenas umas das belezas.

  1. Os tambores de Minas (1997)

Ainda nesse clima de sagrado, nesse voltar para dentro intimista que a virada do ano propicia, como não incluir Milton Nascimento, com sua voz de Deus? Em “Tambores”, há momentos de reconforto como “Paula e Bebeto” e há também a energia necessária para enfrentar o novo, o velho, o que vier, e firmar posição. Em “Janela para o mundo”, somos todos cidadãos do mundo, não somos nem diferentes, nem estrangeiros. É uma música, mas também uma decisão firme pela paz.

  1. Da lama ao caos (1994)

E se vamos meter o pé na porta do ano novo, levando a esperança nos dentes e prontos pra fazer o mundo que queremos, ah, então vamos com Chico Science e a Nação Zumbi, todos juntos Da lama ao caos. Esse marco do manguebeat é também uma denúncia elétrica da realidade recifense (e brasileira). Se a realidade não é como queremos, vamos começar o ano nos organizando para desorganizar. Dá tempo, dá muito tempo, um ano inteiro para ser mais específica.

Mais Lidas

Colunas

Newsletter

Banner

Leia Também

Roger Waters

Não avançaremos nem um centímetro rumo ao seu Armagedom

Este artigo foi produzido por Globetrotter.…
Jair Bolsonaro ainda não foi condenado, mas implora por anistia - © Lula Marques/Agência Brasil

Anistia para golpista? Nunca mais!

Enquanto um fã de torturador se…