'Tá quente, professora!'

Calor extremo gera questões sobre climatização nas escolas do Rio

Cerca de 168 escolas e creches no município do Rio não tem ventiladores ou ar-condicionado

Climatização nas escolas
Foto: Reprodução / GettyImages

Com a chegada do verão e as altas temperaturas alcançando níveis alarmantes, a falta de climatização nas salas de aula tem gerado desconforto entre os estudantes. O governo do estado e a prefeitura do Rio foram consultados pelo Diário Carioca sobre a situação, e ambos apresentaram informações sobre as ações em andamento.

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De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, desde o início da atual gestão, foram “investidos R$ 179,6 milhões em climatização das escolas”. A pasta informou que “97,2% das 1.557 unidades escolares na rede estão climatizadas e que um grande plano de ação está em execução para alcançar 100% de climatização”.

A Secretaria também mencionou que “já foram adquiridos mais de 6.000 aparelhos de ar-condicionado, além de manutenções corretivas realizadas em mais de 11.000 equipamentos existentes”. A pasta ressaltou que “a prefeitura está trabalhando em parceria com a Light para aumentar a carga elétrica nas escolas que ainda não estão climatizadas”.

Já a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro destacou que está “atenta às mudanças climáticas que impactam o aprendizado e o bem-estar da comunidade escolar”. Informou que “a climatização já é uma realidade na maioria das unidades escolares”.

A pasta afirmou que “está em parceria com a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar para desenvolver projetos de eficiência energética, fundamentais para finalizar a climatização das escolas em menor tempo”.


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Por que isso importa?

A situação foi discutida em assembleia do Sindicato de Professores da Rede Pública do Rio de Janeiro, que revelou que 168 escolas e creches reclamaram da falta de ventiladores e ar-condicionado. A Secretaria Municipal informou que “segue o Decreto Nº 54740, que estabelece diretrizes de atuação conforme os níveis de calor na cidade, incluindo a suspensão de atividades externas nos níveis mais altos”.

Calor nas salas de aula
Foto: Reprodução / André Corrêa / Arquivo O Globo

Regiões do Rio como Guaratiba têm registrado recordes de calor com maior frequência, com sensação térmica passando dos 60ºC.

“Precisamos de soluções imediatas“, afirmou a secretária. “Estamos comprometidos com o bem-estar dos alunos e professores e continuaremos a trabalhar para melhorar as condições nas escolas”.

Sem vontade de estudar

Não é apenas nos bairros mais afastados do centro que registram as maiores temperaturas, que o calor toma conta das salas de aula. No Ciep Tancredo Neves, escola municipal localizada no Catete, na zona sul, o problema é o mesmo. 

Mesmo estando numa área considerada de elite, inclusive, a 500 metros da praia do Flamengo, alunos reclamam diariamente das altas temperaturas. “Com o calor que escorre pelo corpo tenho perdido a vontade de vir assistir aula”, comenta um aluno de 10 anos de idade. “Fica difícil aprender depois do recreio porque a sala está muito quente”, diz um outro, de 11 anos. “Adoro ficar na sala do colaboratório porque lá é geladinho”, conta uma outra aluna, de 7 anos.

A sala a que ela se refere é a sala de informática, entregue em março de 2023, após a escola se tornar um Ginásio Educacional Tecnológico (GET). Segundo a professora, o espaço é o único que possui ar-condicionado em meio a outras 20 salas regulares.

Em resposta às condições nas escolas, a Secretaria de Estado enfatizou que os “diretores têm autonomia para verificar as condições das salas de aula e tomar medidas para evitar prejuízos pedagógicos”.