Cecilia Payne e a revolução das estrelas: 100 anos de sua descoberta

23 de março de 2025
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Cecilia Payne-Gaposchkin - Wikimedia Commons
Cecilia Payne-Gaposchkin - Wikimedia Commons

Londres – Há um século, Cecilia Payne mudou a história da astrofísica ao demonstrar que as estrelas são compostas principalmente por hidrogênio e hélio. Em 1925, aos 25 anos, sua tese de doutorado contrariou os paradigmas da época e estabeleceu bases para a astronomia moderna.

Desde pequena, Payne demonstrou grande interesse pela ciência. Durante seus estudos em Cambridge, assistiu a uma palestra do astrônomo Arthur Eddington sobre o eclipse de 1919, que comprovou a teoria da relatividade de Einstein. Inspirada, migrou para os Estados Unidos em 1923 para continuar suas pesquisas no Observatório do Harvard College.

A descoberta que desafiou a ciência

No observatório, Payne teve acesso a uma vasta coleção de espectros estelares, imagens fotográficas que registram a luz das estrelas. Na época, acreditava-se que elas tinham composição semelhante à da Terra, dominada por elementos como ferro e cálcio. No entanto, Payne percebeu que a temperatura das estrelas influenciava suas linhas espectrais, não apenas sua composição química.

A partir das teorias do físico indiano M. N. Saha, Payne demonstrou que a abundância de hidrogênio e hélio era muito maior do que se imaginava. Contudo, seu trabalho foi inicialmente rejeitado por Henry Norris Russell, influente astrônomo da época, que a fez adicionar um alerta na tese sobre a incerteza das conclusões.

Reconhecimento tardio e pioneirismo

Tempos depois, Russell confirmou a descoberta de Payne e passou a difundi-la, consolidando a ideia de que o hidrogênio é o elemento mais abundante do universo. Apesar da importância de seu trabalho, Payne enfrentou barreiras por ser mulher. Durante décadas, Harvard a manteve como “assistente técnica”, impedindo que fosse reconhecida oficialmente como professora.

Somente em 1956, Payne tornou-se a primeira mulher a ser nomeada professora catedrática em Harvard. Anos depois, assumiu a liderança do Departamento de Astronomia e, em 1976, recebeu o Prêmio Henry Norris Russell por suas contribuições à astrofísica.


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Entenda o impacto da descoberta de Payne

  • Nova compreensão do universo: Prova de que as estrelas são formadas majoritariamente por hidrogênio e hélio.
  • Quebra de paradigmas: Contrariou a ideia de que a composição estelar era similar à da Terra.
  • Pioneirismo feminino: Primeira mulher a ser professora catedrática em Harvard.
  • Influência duradoura: Suas descobertas moldaram a astrofísica moderna e influenciaram gerações de cientistas.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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