Eleições podem destruir cidades inteiras

Desde os tempos mais remotos, as eleições serviram de estopim para o caos

Jaqueline Ribeiro
3 Min Read

No próximo domingo, o país volta às urnas para decidir, desta vez, seus representantes municipais em um evento de grande importância e gravidade. Afinal, é gente que cuidará do destino da sua cidade por 4 anos inteirinhos. É bom lembrar, no entanto, que mais que cadeiradas, facadas, tiros, eleições sempre envolveram conflitos de grandes proporções. Ou o leitor acha mesmo que, por exemplo, a Guerra de Tróia teria o mesmo resultado se Páris não tivesse tido que escolher entre Atena, Hera e Afrodite?  

Para quem não se lembra, antes de raptar Helena, o pobre Páris vivia tranquilamente sua vida de pastor até Hermes descer do Olimpo trazendo o pomo da discórdia embrulhado na Escolha Muito Difícil da época: escolher a mais formosa entre as deusas gregas. Se ainda fossem deusas de outra nacionalidade, mas não, tinham que ser gregas, justamente aquelas que se tornaram sinônimo de beleza. Não tinha mesmo como dar certo e, para a surpresa de ninguém, realmente não deu. Páris escolheu Afrodite e contraiu o ranço das outras duas deusas muito mais poderosas. 


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Encontrar e raptar Helena, deflagrar a Guerra de Tróia que terminou com sua destruição advieram daí, desse momento de escolha nitidamente errada. Claro, não que houvesse escolha certa, não havia, principalmente quando se trata de deuses voluntariosos, mas mesmo distante deles estamos sujeitos à sorte e, no fim, dá quase no mesmo: precisamos sobreviver às eleições da forma que for. Se o clima favorecer, se a natureza não se revoltar, se a bolsa de valores não quebrar, se não houver epidemia, pandemia ou guerra semelhante, se os responsáveis tomarem decisões acertadas, talvez a economia vá bem, e a saúde, e a educação, você, eu e toda a cidade. Bom mesmo seria votar na Sorte, mas, infelizmente, o número da sorte serve apenas para jogos de azar, aquele outro tipo de eleição.


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